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14/04/2009
Volume exportado pelo agronegócio de Minas Gerais cresce 27%
11h50
As exportações do agronegócio mineiro, de janeiro a março deste ano, tiveram um aumento de 27,3% em volume, na comparação com o primeiro trimestre de 2008. Os embarques somaram cerca de 1,2 milhão de toneladas contra 952,6 mil toneladas do mesmo período do ano passado, segundo dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), organizados pela Superintendência de Política e Economia Agrícola da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais. Já a receita com as vendas externas foram de US$ 1,18 bilhão, uma queda de 2,7% em relação ao mesmo período de 2008.
Para o superintendente João Ricardo Albanez “a pujança do agronegócio estadual se confirma no levantamento do MDIC, pois o setor respondeu, no primeiro trimestre, por 27,4% da receita das exportações de Minas. Foram quase US$ 1,2 bilhão diante da receita total do Estado no exterior, que alcançou aproximadamente US$ 4,3 bilhões. Ou seja, a participação das exportações do agronegócio nas vendas totais do Estado neste trimestre cresceu 2,6%”.
O açúcar está entre os produtos que sobressaíram, com aumento de 62,3% no volume embarcado. Foram exportadas 325 mil toneladas na comparação com as 200 mil toneladas com registro no acumulado de janeiro a março de 2008. “Minas e o Brasil se beneficiaram da quebra de produção da Índia, um dos maiores exportadores mundiais de açúcar”, explica Albanez.
A restrição da oferta por aquele tradicional fornecedor possibilitou um aumento da cotação do produto. A receita teve crescimento acima de 100%, com movimento de US$ 94,9 milhões, contra os US$ 47,4 milhões do mesmo período do ano passado. O preço médio do açúcar, no exterior, teve elevação de 23,3%.
As exportações de soja em grão não tiveram o benefício de aumento do preço médio, mas houve, como compensação, uma variação positiva de 289% no volume embarcado. O MDCI registrou embarques de 91,4 mil toneladas no primeiro trimestre deste ano, contra 23,5 mil toneladas no mesmo período de 2008. Esse aumento no volume possibilitou um crescimento de 210,5% na receita, que foi de US$ 33,8 milhões contra US$ 10,9 milhões no acumulado de janeiro a março de 2008.
De acordo com o superintendente, a principal explicação para esses números é o aumento das compras de soja pela China, principal importador do produto e seus derivados. “Aquele país foi obrigado a fazer reposição de estoques utilizados durante o segundo semestre de 2008, quando os preços estavam em níveis historicamente elevados”, assinala Albanez.
Ele explica que outro motivo para a elevação do volume das exportações de soja, no período de janeiro a março deste ano, foi a restrição das exportações na Argentina. Houve quebra de safra naquele país por causa de problemas climáticos, e a soja brasileira ganhou o espaço.
No caso das carnes exportadas por Minas houve também expressivo crescimento no volume e no valor. A carne bovina teve aumento de 57,1% nos embarques, com o volume de 19,5 mil toneladas contra as 12,4 mil toneladas registradas no mesmo período do ano passado. Já a variação da receita foi de 25,41%, com o movimento de US$ 60,1 milhões, contra os US$ 47,9 milhões do mesmo período de 2008. Albanez explica que “esses aumentos podem ser atribuídos principalmente às restrições feitas às exportações brasileiras de carne bovina para a Europa no ano passado”.
Houve crescimento ainda no volume e no valor das exportações de carne suína, sendo embarcadas 10,8 mil toneladas entre janeiro e março deste ano contra 6,5 mil toneladas no primeiro trimestre de 2008. A receita teve variação positiva de 79,89%, com movimento de US$ 22,8 milhões contra os US$ 12,7 milhões do acumulado de janeiro a março do ano passado.
Com base nos dados divulgados pelo MDIC, o café, principal produto da pauta de exportações de Minas Gerais, também se beneficiou da possibilidade de grandes embarques. O volume cresceu 14%, alcançando 303,4 mil toneladas, contra 266,3 mil toneladas no primeiro trimestre do ano passado. Albanez observa que “os mercados estão demandando volumes crescentes do produto, embora a preços menores”. Por outro lado, nos três primeiros meses do ano, o café apresentou uma queda no valor exportado de 3,67%. As vendas no período foram de US$ 685,5 milhões, contra US$ 711 milhões em 2008.
Outros produtos que apresentaram queda no valor exportado foram a carne de frango (20,9%), madeiras e derivados (38,7%) e produtos lácteos (5,3%).