São Jorge do Patrocínio
No viveiro as mudas saem por menos da metade do preço; quase toda a produção do próximo ano já está reservada
S. J. do Patrocínio
Osmar Nunes
O agricultor Antônio Fachina, de São Jorge do Patrocínio, todos os anos planta um pouco de café. Se fosse comprar as mudas num viveiro particular, teria de desembolsar entre R$ 350 e R$ 400,00 pelo milheiro. Mas ele participa de uma associação de produtores que mantém o único viveiro comunitário, na região de Umuarama, e as mil mudas de café saem por R$ 120,00. A união dos cafeicultores está fazendo a atividade sobreviver e até crescer no município, graças à união entre produtores, prefeitura, Emater e Secretaria da Agricultura e Abastecimento (Seab).
Segundo o secretário municipal da Agricultura, Francisco Spanhol, no final de 2004 e início de 2005 foram comercializadas todas as 350 mil mudas produzidas. Agora, o viveiro está repetindo a produção e mais de 80% das mudas já estão encomendadas. São mudas enxertadas das variedades obatã e Iapar 59, as mais resistentes ao nematóide, praga que destrói as plantações. Desde novembro agricultores, familiares e técnicos trabalham no viveiro.
A prefeitura destaca o trabalho dos técnicos Roberto Carlos Machado e Antônio Martins, o Toninho, além do apoio integral do prefeito Cláudio Palozi. Segundo o prefeito, “a agricultura é o pé direito do município”.
Spanhol diz que graças ao viveiro, o município está conseguindo plantar 100 novos hectares de café todos os anos. Já são 1.600 ha com a cultura, o que representa 8,8% da área disponível para agricultura em São Jorge. Os 600 cafeicultores plantam entre dois e três hectares cada.
O café deixou de ser a principal atividade das propriedades para servir de diversificação. Antônio Fachina, por exemplo, utiliza 50% do sítio de cinco alqueires com café. No restante, planta milho, feijão e mantém um pasto com gado. “O café é como um casamento, a gente entra e dificilmente sai”, diz. Nos 20 mil pés do sítio ele espera colher cerca de 300 sacas (em coco) na próxima safra.
Já o cafeicultor Rubens Mascari cultiva 26 mil pés de café em parte do lote de 12 alqueires. E no meio do café ele plantou banana maçã, uma fruta que se adapta fácil na região e a comercialização da produção é garantida, segundo ele. O cafezal deverá render 650 sacas de 40 quilos em coco (com a palha), registrando uma queda de 20% por causa da seca no começo de 2005. A esperança é de uma safra maior no próximo ano, se não houver contratempos.
Mas a diversificação verificada no município faz o produtor sobreviver sem depender exclusivamente do café. Em quase todas as propriedades rurais há áreas com café, gado de leite, frutas ou criação do bicho da seda. “Isso é garantia de renda permanente”, diz Spanhol.