O consumo de café no Vietnã, tradicional consumidor de chá, vem crescendo de forma gradual e pode aumentar em áreas remotas, disseram nesta quarta-feira fontes da indústria.
HO CHI MINH CITY (Reuters) – O consumo de café no Vietnã, tradicional consumidor de chá, vem crescendo de forma gradual e pode aumentar em áreas remotas, disseram nesta quarta-feira fontes da indústria. O consumo per capita no Vietnã em 2005 está em cerca de 0,6 quilo de café, relativamente baixo para o segundo maior produtor mundial da commodity, atrás do Brasil, onde uma pessoa consome cerca de 5 quilos de café por ano, segundo a britânica Armajaro Coffee Ltd. Os números para o Vietnã, que tem uma população de 82 milhões de pessoas, são baseados no consumo anual de 50 mil toneladas de café, afirmou Ana Vohringer, analista de café da Armajaro, em uma conferência internacional sobre café. “O consumo na Índia e no Vietnã está crescendo num bom ritmo”, disse ela, que estima o consumo indiano em 2005 em menos de 0,2 quilo por pessoa. Em 1999 o Vietnã reteve menos de 30 mil toneladas para o mercado doméstico, enquanto a produção do país é de 500 mil toneladas. “Agora o consumo está perto de 1 milhão de sacas ou 60 mil toneladas por ano”, declarou Van Thanh Huy, presidente da Associação de Café e Cacau do Vietnã. O país deve produzir de 600 mil a 630 mil toneladas de café no ano safra que vai de outubro de 2005 a setembro de 2006. Na safra passada a produção alcançou 804 mil toneladas, de acordo com a associação. A maior parte do café exportado pelo Vietnã é da variedade conillon, usada amplamente na produção de café instantâneo. “Com a renda crescendo e o comércio se abrindo mais, as pessoas começam a mudar seus padrões de consumo, e beber café é uma nova tendência”, afirmou Xuan Thoa, diretor da Vinacafe Bien Hoa Joint Stock Co., importante fabricante de café instantâneo. “O consumo de café instantâneo tem aumentado de 15 a 20 por cento anualmente nos últimos anos graças à exploração de mercados antes inacessíveis em áreas remotas”, disse Thoa, destacando que a melhora do transporte terrestre e via canais tem ajudado a impulsionar esse crescimento.