Vietnã: Exportadores não sabem qual padrão de qualidade adotar

Embora a nova colheita de café 2007-2008 esteja apenas a um mês de seu início, os exportadores de café vietnamitas não podem assinar contratos neste momento, pois não sabem quais padrões serão aplicados para as exportações.

A Organização Internacional do Café (OIC), da qual o Vietnã é membro, anunciou recentemente que, de acordo com estatísticas da LIFFE, o volume de café recusado do Vietnã em 2006-2007 continua aumentando. Entre as 708.300 sacas de 60 kg recusadas, os produtos vietnamitas foram responsáveis por 88% (623.304 sacas).

Todo ano o Vietnã exporta de 13 a 15 milhões de sacas de café, desses, cerca de 130 a 150 mil sacas (1%) são recusadas. Apesar de possuir bom sabor aromático, o café do Vietnã é sempre classificado como produto de 3a ou de 4a classe devido às impurezas e grãos quebrados.

A colheita de 2007-2008 se iniciará em outubro. Normalmente, as empresas fazem acordos e assinam contratos de exportação com parceiros internacionais vários meses antes do início da colheita. No entanto, isto não pôde acontecer este ano, porque eles não sabem se o padrão TCVN 4193:2005 será aplicado.

Em maio de 2007, o Ministro do Comércio, agora Ministro da Indústria e do Comércio, enviou um documento aos exportadores dizendo que o novo padrão TCVN 4193:2005 seria aplicado este ano para melhorar a qualidade das exportações. Logo após, os Ministros do Comércio e da Agricultura e de Desenvolvimento Rural enviaram documentos ao Ministro da Ciência e Tecnologia requerendo que ele promulgasse as regras de análise das exportações de acordo com o padrão TCVN 4193:2005, com início para o dia 1o de outubro de 2007. Contudo, o Ministro da Ciência e Tecnologia ainda não se manifestou. O padrão TCVN 4193:2005 foi reconhecido pela OIC, que quer que o Vietnã o aplique logo, mas ainda existem problemas.

Van Thanh Huy, da Associação de Café e Cacau do Vietnã (VICOFA), acredita que o novo padrão deve ser aplicado, mas por outro lado, diz que o atraso na promulgação dos documentos legais resultará em dificuldades para os exportadores. Para aplicar o novo padrão, as empresas precisam de mais tempo para melhorar a linha de produção e comprar mais equipamentos.

Do Ha Nam, diretor da Intimex, maior exportador de café do Vietnã, disse que os produtores precisam de mais tempo para mudar seus hábitos de colheita e secagem; ou seja, o novo padrão não deveria ser aplicado este ano. “Isto colocaria muita pressão sobre dezenas de milhares de produtores que produzem café no país,’ disse Nam.

O Vietnã exportou 893.000 toneladas nos primeiros sete meses deste ano, arrecadando US$ 1,32 bilhões dos US$ 1,4 bilhões pretendidos para o ano de 2007.

Tradução: Centro de Inteligência do Café