A crise no setor cafeeiro chega aos viveiros. Só em Três Pontas no Sul do Estado milhões de mudas foram abandonadas
A falta de dinheiro
17/04/2009 – O cultivo de mudas é para a renovação ou ampliação das lavouras, mas nos viveiros de café de Três Pontas a imagem mais comum é a de abandono. Segundo a Epamig 8 milhões de plantas foram perdidas nos últimos meses. O motivo: a crise no setor.
De acordo com o gerente da fazenda Epamig de Três Pontas, Ronaldo Nogueira de Medeiros, isso se deve a baixa vontade de se produzir café. Desestimulo que o produtor teve em função da baixa remuneração do café. Ele acredita que terão que podar entre 150 a 160 mil mudas, pois não irão fazer outro viveiro de mudas este ano. Uma vez que a Epamig também atravessa por uma crise, como o produtor.
Para Marcos Veríssimo, produtor de mudas, o mercado de mudas este ano encontra-se em defasagem, devido tanto a crise internacional, como a crise dos produtores em Minas gerais, principalmente o Sul de Minas, que é uma região muito dependente do café. “Com os altos preços dos adubos, para formar uma lavoura não fica barato”. O resultado disso, é o desemprego
A muda de café é vendida hoje a no máximo R$ 0,20. Para formar uma lavoura o custo por planta é de R$ 1,50, e o viveirista que ainda aposta no cultivo deve ficar atento as regras do Ministério da Agricultura. Qualquer irregularidade pode gerar uma multa de até 250% do valor do produto fiscalizado. O viveiro deve ser registrado e deve-se comprar sementes certificadas com nota fiscal e com teste de germinação. O produtor deve ficar atendo para não fazer um investimento em mudas que não tem procedência, de acordo com Medeiros.