A colheita de café começou na região Sudeste. Em Minas Gerais, que responde
por 50% da produção nacional, os cafeicultores estão apostando cada vez mais no
mercado de futuros para reduzir a venda à vista quando geralmente os preços
estão em baixa.
A colheita no cerrado mineiro está apenas no começo e vai até setembro, uma
safra 30% menor devido à bianualidade da cultura. Minas Gerais deve colher cerca
de 19 milhões de sacas, metade da produção nacional. As primeiras sacas
geralmente são para concretizar contratos feitos no passado, ou vendas à vista
para fazer dinheiro no início da safra.
O cafeicultor Wilson de Oliveira está entregando na cooperativa 960 sacas
para exportação, venda que ele fez no papel em novembro e dezembro do ano
passado. Operou com o dólar de R$ 1,80, R$ 2,05 e R$ 2,45, bem no momento de
instabilidade de mercado. Acertou na média do faturamento.
A especulação no mercado do café preocupa mais do que o próprio clima e mexe
com o planejamento dos produtores. Em maio, por exemplo, chegou ao patamar de 34
mil contratos de compra de café através de fundos de investimentos, hoje está em
16 mil contratos e o preço em queda. Os cafeicultores esperam pelos leilões do
governo federal com contratos de opção que ainda não foram confirmados.
Em Patrocínio, os consultores para operações de mercado da BMF apontam os
caminhos que podem garantir o lucro da safra. O mercado está travado no momento,
e apostar na venda futura está atraindo cada vez mais os cafeicultores que vão
aprendendo a vender muito antes de colher.
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