Valor das sacas de café que deverão ser usadas no pagamento das dívidas não está definido.
Segundo Silvio Marcos Altrão Nisizaki, cafeicultor de Coromandel (MG), o valor defendido pelo grupo de trabalho seria possível, mas aquele apresentado pela Conab é impraticável. “Com este número (R$ 282), já dá para começar a trabalhar, mas não dá para sair dessa situação do dia para a noite”
Nisizaki diz ainda que o governo está soltando diversas pequenas medidas para o caso, mas elas só atrasam as ações que devem ser tomadas. “O que nós precisamos é que seja realizado aquilo que está na carta de Varginha: que as nossas dívidas sejam levantadas por este grupo de trabalho que foi organizado pelo ministro da agricultura e que, então, essas dívidas sejam transformadas em sacas de café para que o produtor pague em 20 anos, pelo valor de R$ 282 ou um pouco mais, não sabemos ainda”.
De acordo com a última medida divulgada pelo governo federal , estaria autorizado o alongamento e o pagamento de 28% da dívida total do setor com produto físico – estimada em R$ 4,2 bilhões. O texto afirma que os mutuários com financiamentos de alongamento no Funcafé (Doação em Pagamento), com vencimento previsto para 2014, podem reescalonar o saldo devedor conforme seus rendimentos em parcelas trimestrais, anuais ou semestrais até 2020. A amortização com entrega física, no entanto, contempla somente os adimplentes e toma como referência o preço mínimo em vigor no momento da entrega.
Segundo Nisizaki : “Esta medida que soltaram agora vai pegar somente aqueles alongamentos que nós tínhamos para 2014 e transformá-los em sacas de café, mas ninguém ainda sabe qual seria o valor negociado. E isso representaria só 28% de nossas dívidas, o que não é nada”.