Sindicatos e associações de produtores estão encabeçando um movimento geral em prol do café no Brasil. É o que afirma Armando Matielli, cafeicultor e engenheiro agrônomo. “Estamos percebendo que existe uma situação de indecisão e uma correlação e interesses mútuos dentro de diversos segmentos da cafeicultura que faz com que os processos não andem em Brasília, principalmente pelo amadorismo lá da nova gestão publicado Ministério da Agricultura, mais especificamente da secretaria de produção”.
Matielli informa que os participantes do movimento fizeram um documento que está circulando pela imprensa em que estão todos os pontos reivindicatórios da categoria, que está fazendo uma vigilância sobre a Carta de Varginha, oriunda do movimento SOS Café.
“Tudo indica que esta gestão pública atual do café quer levar ao extermínio. Inclusive sabemos que existe uma intenção de reduzir a área produtiva. Devíamos aumentar nossa participação, produzir mais e concorrer no mercado, mas os próprios gestores públicos são contra isso”, afirma Matielli.
Preços baixos
Matielli explica que o Brasil é o único país que está vendendo o café arábica pela metade do preço do mercado internacional. “Isto mostra um sistema de total falta de proteção aos produtores. Isso é falta de patriotismo, é uma situação lamentável. A Colômbia e demais países centrais, a Índia e até o Quênia está vendendo o café hoje por até US$ 2,50 a libra/peso, ou seja, mais que o dobro do preço do Brasil. Estamos entregando café de qualquer maneira, sem nenhum mecanismo de proteção ao produtor. Tudo o que eles fazem em Brasília é o que facilite a vida do comprador e arrebente a vida do produtor”.