Venezuela: Governo nega a proliferação da broca nos cultivos de café

O Ministério da Agricultura e Terras subestimou os avisos da Federação Campesina Bolivariana da Venezuela sobre a proliferação da broca nos cultivos de café a nível nacional. Através de uma nota à imprensa, o Ministério informou que o Serviço Autônomo de Sanidade Agropecuária (SASA) “avançou de maneira importante na redução dos níveis de infestação da broca no café” e assegurou que a campanha de proteção sanitária tem beneficiado “mais de 18.000 cafeicultores”.

Segundo o texto oficial, durante o período 2006-2007, o SASA realizou “diversas atividades” que incluem controles biológicos e legais para diminuir a broca e ajudar os pequenos produtores. O Ministério também assegura que conseguiu reduzir cerca de 40% da praga em 2005.

Estas informações se contrastam com a posição de alguns produtores de café que afirmam que boa parte da produção nacional tem sido prejudicada pela broca. Vicente Pérez, vice-presidente da Fedeagro, disse que desde 2000 a praga se assentou definitivamente no território venezuelano por causa da falta de medidas preventivas, e que atualmente a situação piorou. Ele destacou que quase todos os estados produtores de café do país registram a presença do inseto que perfura os grãos maduros do café e prejudica a qualidade do produto.

De acordo com Pérez, a quantidade de plantações afetadas pode ultrapassar os 30% anunciados pela Federação, superando 64.000 hectares afetados. Pérez considera prioritário que o Ministério libere recursos econômicos para combater a praga e que execute cada uma das medidas anunciadas no início do ano para lutar contra a broca.

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Tradução: Centro de Inteligência do Café