Venezuela: custos limitam envio de café
(27/02/2009 11:44)
A Asicaf (Associação Venezuelana da Indústria do Café) estima uma queda de 5% no consumo em relação aos registros de 2008. Além disso, a associação prevê alta para os insumos, o que ainda não afetou fortemente os cafeicultores, já que o abastecimento segue regular na Área Metropolitana de Caracas e na Região Central.
No último trimestre de 2008, houve escassez de café moído, que se manteve até janeiro desse ano. Atualmente o produto teve seu abastecimento regularizado nos principais centros consumidores, apesar da diversidade de marcas ainda estar limitada.
Nelson Moreno, presidente da Asicaf, explicou que o motivo pelo qual não há a mesma variedade de produtos nas prateleiras é o grande custo para o transporte de produtos de uma região a outra. Assim, ocorreu um zoneamento, e o cafeicultor passou a abastecer somente a área onde seu café é produzido.
As torrefadoras estão operando com margens pequenas de comercialização, pois entre o preço final do café e o custo da matéria-prima há uma diferença de somente 12%. A isto se soma a alta nos últimos 6 meses de 46% nos custos de empacotamento e de 22% nos insumos.
“Tem sido muito difícil para a indústria arcar com a matéria-prima nos preços atuais. Há um desestímulo no setor, pois não se pode investir na expansão nem no aumento da produção”, acrescentou Moreno.
Ele assinalou que apesar dessa situação, a indústria mantém o mercado abastecido. Em mercearias, no atacado e em cafeterias, a oferta do produto se recuperou em 100%. Enquanto isso, nos supermercados a melhora foi de 80%, e espera-se que não ocorra mais nenhuma falha de abastecimento no resto do ano.
No caso da Área Metropolitana de Caracas e na Região Central, o mercado é atendido com 40% da produção.
Por outro lado, o setor reporta uma diminuição de 5% no consumo de café em relação a fevereiro de 2008. Asicaf considera que a baixa se deve ao encarecimento do custo de vida, e que os consumidores ante a escassez fazem estoques de produtos em suas casas.