Vendas para China devem triplicar

30 de junho de 2008 | Sem comentários Comércio Exportação
Por: Estado de Minas

ECONOMIA
30/06/2008 
 
Exportações brasileiras para chineses vão chegar a US$ 30 bilhões até 2010. Nova lista tem 619 artigos
 
Zulmira Furbino


De olho no mercado consumidor chinês, formado por nada menos do que 1,3 bilhão de pessoas, o Brasil esquenta as turbinas para triplicar suas exportações para a China nos próximos dois anos, chegando aos US$ 30 bilhões, e quer atrair mais investimentos do gigante asiático até 2010. Documento elaborado a partir de um estudo coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), em parceria com os ministérios das Relações Exteriores (MRE) e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com a participação do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) e da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que será divulgado na quarta-feira, indica 619 produtos com grande potencial, que podem ser exportados pelo Brasil para o mercado chinês. Em 2007, essa lista representava 67% do total das importações chinesas, cuja pauta total somou 5.637 produtos.


Entre os setores nos quais se espera aumento de exportações para o país asiático estão aviação, alimentos, energia, etanol, minérios, móveis, equipamentos hospitalares e software, segmentos considerados potencialmente vitoriosos no mercado da China. No universo avaliado, 147 artigos foram considerados alvos prioritários, porque são produzidos em território nacional com competitividade internacional e contam com demanda acentuada em território chinês.


Exemplo disso são os aviões fabricados pela Embraer. A empresa fechou contrato com a companhia aérea Grand China em 2006, que comprou 50 aeronaves modelo Embraer 190. Os aviões começaram a ser entregues no mês passado. Além disso, outras 50 aeronaves foram adquiridas pela sucursal chinesa da Embraer. No total, o negócio envolveu cifras de US$ 2,7 bilhões. Mas o potencial de mercado para esse segmento não termina aí. A Embraer estima que, nos próximos 20 anos, a demanda global por aeronaves de 30 a 120 assentos será da ordem de 7.450 jatos, e esse é exatamente o tipo de avião que a brasileira produz. Segundo a empresa, somente a China será dona de 10% desse mercado.


POUCO VALOR Até agora, com exceções como a Embraer, a pauta de produtos brasileiros exportados para a China é composta basicamente de minério e produtos siderúrgicos. Somado à celulose, esse grupo responde por 70% das exportações nacionais para território chinês. A idéia é ampliar a pauta para produtos de maior valor agregado.


Guilherme Braga, diretor-geral do Conselho de Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), acredita que o mercado chinês tem grande potencial de crescimento. “O país está se ocidentalizando, os consumidores são jovens e o café é considerado uma bebida moderna”, justifica. Segundo ele, o Brasil exporta 30 mil sacas ao ano para a China, ou US$ 4,5 milhões, um número tão pequeno que corresponde ao consumo de 15 dias em território brasileiro. De acordo com Braga, é preciso explorar nichos de mercado em território chinês para emplacar o café brasileiro, uma vez que grandes produtores, como Vietnã, estão ali ao lado, vendendo produtos mais baratos, de qualidade inferior.
 
 

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