Economia aquecida e a exploração de novos nichos de mercados impulsionaram as vendas da torrefadora Café do Centro, cujo crescimento alcançou 40% este ano em relação a 2006. A empresa, focada em cafés especiais e gourmet, não divulga dados financeiros, mas informou que esse resultado representa o dobro do resultado previsto para 2007.
“Ampliamos a quantidade de clientes, incluindo a rede de supermercados Angeloni, de Santa Catarina, e abrimos mercados para os nossos produtos fora de São Paulo, que sempre foi a nossa principal praça de vendas. Hoje, temos demanda nas regiões Norte, Sul, Nordeste e vamos colhendo frutos de um trabalho que não começou agora,” afirmou o diretor do Café do Centro, Rodrigo Branco Peres.
A rede de distribuição de produtos de alto valor agregado, consumidos por um público de maior poder aquisitivo, segundo o executivo, pretende em 2008 ampliar as parcerias no Brasil, onde quer aumentar a carteira de 3 mil para 3,5 mil clientes. Outra estratégia de crescimento é investir no mercado asiático, onde a meta é abrir 100 cafeterias da marca nos próximos 10 anos, repetindo o sucesso já alcançado em duas lojas inauguradas em Tóquio. As duas unidades receberam investimentos de R$ 1,5 milhão e atendem uma média de 10 mil consumidores mensalmente.
“Na Ásia, a nossa estratégia é diferenciada. No Brasil, não temos cafeterias porque não vamos competir com os nossos clientes. Somos torrefadores e distribuidores de cafés de alto valor agregado. Mas no Japão e no continente asiático de forma geral, a nossa meta é crescer a partir de lojas com a marca Café do Centro. Nelas, além de café, oferecemos pão de queijo, doces e outros produtos com a cara do Brasil. Nesses mercados, não existem cafeterias de outros países produtores de café e queremos aproveitar essa peculiariadade para crescer de forma planejada”, reforçou Peres.
No mercado brasileiro, o diretor enfatizou que, além de ampliar a base de clientes em 2007, outra estratégia de negócio que deu muito certo foi o aumento da oferta de sachês de cafés especiais. As doses individuais, segundo Peres, fazem a diferença em redes de escritórios, hotéis e restaurantes, onde não é necessário investir em aluguéis de máquinas de café expresso para ter acesso a um produto de qualidade superior. “Tivemos muito crescimento na venda de café em grãos, mas as doses individuais também fizeram muita diferença nos negócios deste ano. O público brasileiro está cada vez mais atento à questão da qualidade dos cafés e muito interessado em consumir o que produzimos de melhor aqui no nosso País”, enfatizou.
Para 2008, a expectativa de Peres é de que as vendas da rede cresçam entre 15% e 20% em relação a este ano. Além de abrir três novas cafeterias em Tóquio, a empresa pretende ampliar as exportações, que atualmente alcançam 20 toneladas de grãos torrados e moídos.