Nos dois últimos anos, as vendas de cápsulas de café registaram um acréscimo de mais de 30% no território nacional, de acordo com informações divulgadas no portal Sol.
Em Portugal, até ao mês de Outubro deste ano, foram vendidas mais de 50 mil toneladas de cápsulas de cafés nas grandes superfícies e comércio tradicional, conforme atestam os últimos dados fornecidos pela Nielsen. Importa destacar que esta cifra não contempla as vendas relativas à Nespresso, tendo em conta que as suas vendas estão confinadas a pontos de venda específicos.
Esta tendência de crescimento, visível também a nível mundial, foi, obviamente, uma das razões determinantes para o aparecimento de diversas marcas de cápsulas compatíveis com aquela que é considerada a marca hegemónica do sector: a Nespresso.
Esta marca, detentora de cerca de 1.700 patentes do produto e distribuidora de mais de 20 mil milhões de cápsulas nos últimos anos, tem reagido judicialmente contra algumas marcas concorrentes, denunciando várias situações de violação dos seus direitos de propriedade intelectual. A Denner, a Sara Lee e a Ne-Cap são algumas das empresas que se viram envolvidas numa batalha judical promovida por aquela.
Vincent Termote, director-geral da Nespresso para Portugal e Espanha, salienta que a “Nespresso vai sempre tomar todas as medidas necessárias para salvaguardar os seus direitos no campo da propriedade intelectual, quando estes forem ameaçados”.
Os fabricantes de cápsulas concorrentes referem, por seu turno, que a Nestlé, ao instaurar um processo judicial com vista a suspender a comercialização das cápsulas compatíveis concorrentes, pretende conservar e perpetuar o seu monopólio no mercado em questão.
No caso português, é de ressaltar o aparecimento recente da marca Brown, mais uma das protagonistas deste conflito.
No entanto, ressalve-se que surgiram outras marcas de café em cápsulas, tais como a Melitta e a Delta Q.
Muitos acreditam que a actual conjuntura de crise econômica tem favorecido altamente o mercado do café em cápsulas, porque as pessoas tendem a sair cada vez menos, preferindo tomar café em casa.
A qualidade, a praticidade e a conveniência são alguns dos atributos das cápsulas que têm servido para justificar a inversão da tendência tradicional para o consumo fora do lar, impulsionando, pelo contrário, a adesão das pessoas ao consumo domeestico.