Veja as Principais deliberações da OIC – Diretor Executivo da OIC destaca a transparência e credibilidade das estatísticas brasileiras

INFORMATIVO N.º 18 – ESCRITÓRIO DE APOIO AO AGRONEGÓCIO CAFÉ

Diretor Executivo da OIC destaca a transparência e credibilidade das estatísticas brasileiras


No dia de ontem, 23/05, durante as reuniões realizadas na OIC, o Diretor Executivo, Embaixador Néstor Osório, apresentou uma análise da situação do mercado e abordou temas, que foram objeto de debates, como as mudanças climáticas que vêm ocorrendo no mundo e suas conseqüências para os Países Produtores, a Ocratoxina A, a Sustentabilidade, o Protocolo de Quioto, a Renovação do Acordo Internacional do Café e a Participação da OXFAM na sua discussão. O Deputado Silas Brasileiro, que esteve presente em todas as reuniões, enviou uma síntese das matérias que foram discutidas:

ANÁLISE DE MERCADO: O Diretor Executivo da Organização Internacional do Café – OIC, Embaixador Néstor Osorio, apresentou, na reunião do Conselho da OIC, uma análise da situação do mercado, destacando que os fatores fundamentais continuam favorecendo uma tendência de preços firmes. Em relação ao Brasil, salientou que a nossa produção no ano-safra 2006/07, prevista em 40,62 milhões de sacas, não será suficiente para satisfazer as necessidades do setor nacional, em relação ao consumo interno, estoques e exportação. É provável, portanto, que haja outra redução dos estoques.

Quanto à produção mundial, no ano-safra de 2006/07, está prevista em 120 milhões de sacas.
A colheita do ano-safra de 2005/06, iniciada em outubro de 2005, praticamente terminou em todos os países.
As últimas cifras de produção, provenientes dos Países Membros, apontam para um volume total de 106,65 milhões de sacas, ou seja, uma queda de 6,10% em relação ao volume total da produção de 2004/05.
Estima-se que os estoques de café verde dos Países Importadores, entre os quais os mantidos nos portos francos, são de 20 milhões de sacas, o que representa 12 semanas de consumo. Os volumes dos estoques certificados das Bolsas de Londres (LIFFE) vêm tendo queda constante, desde setembro de 2005; já na bolsa de Nova Iorque (NYBOT) vêm caindo, desde julho de 2005.

Quanto aos estoques, os dos Países Produtores, caíram 12,71% durante o ano-safra, de 2005/06 para 24,54 milhões de sacas, ante 28,11 milhões em 2004/05.

Em relação ao consumo mundial, estima-se que em 2005 foi de 117 milhões de sacas, das quais 30 milhões de consumo interno nos Países Exportadores e 87 milhões de consumo nos Países Importadores. Desde 1965, a taxa média de crescimento do consumo mundial foi de 1,64%. Com base nesta taxa, o consumo mundial poderá ultrapassar 126 milhões de sacas em 2010.

Finalizando sua análise, Néstor Osório elogiou o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Brasil, no aprimoramento de suas estatísticas, demonstrando transparência e credibilidade.

A publicação da última estimativa oficial da safra brasileira de 2006/07, de 40,6 milhões de sacas e o esvaziamento contínuo dos estoques brasileiros, estimados oficialmente em 11,54 milhões de sacas em 31 de março, continuam a escorar o mercado.

O executivo ressaltou que ainda se precisa de tempo para que os Países Produtores possam se recuperar dos problemas estruturais causados pela depressão dos preços do café durante muitos anos, que não podem ser resolvidos de maneira simples, após um único ano de melhores preços.

MUDANÇAS CLIMÁTICAS: O Diretor alertou que a região do Caribe, América Central e algumas regiões do Brasil deverão ser afetadas pelas mudanças climáticas nos próximos 30 anos, com diminuição do regime de chuvas e necessidade de irrigação para a cultura do café.

PROTOCOLO DE QUIOTO: Pelas manifestações havidas em relação ao tema, o aproveitamento das lavouras de café, para uso de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), é ainda incipiente e dificilmente será considerado no curto prazo.

OCRATOXINA A: Os Países Membros decidiram adiar qualquer decisão sobre o assunto, tendo em vista que a União Européia ainda não estabeleceu uma gradação de valores tolerados. A introdução de limites, neste momento, não se justificaria, pois iria se caracterizar como mais uma barreira técnica não tarifária, desproporcional aos objetivos de assegurar a saúde pública, uma vez que o café só é consumido após ser torrado ou transformado em solúvel. Entende-se ainda que a presença da ocratoxina pode ser limitada pela implementação de boas práticas agrícolas.

OXFAM: O pedido formal apresentado pela Organização Não Governamental, para poder participar das discussões e apresentar sugestões para o novo Acordo Internacional do Café, foi visto com reservas pelos Países Membros, em razão da OIC ser uma Organização de Países e não de ONG´s, podendo abrir um perigoso precedente, dificilmente a ser contido no futuro. O assunto voltará a ser debatido.

ACORDO INTERNACIONAL DO CAFÉ – AIC: Foi aprovada a prorrogação do prazo para os Países Membros que não entregaram os instrumentos de adesão ao Convênio de 2001, atualmente em vigor, para 31/05/2007. A OIC conta, atualmente, com 74 Países Membros, sendo 44 Produtores (Exportadores) e 30 Países Consumidores (Importadores).

Sobre o novo Acordo, intensas discussões vêm sendo mantidas e a tendência é a de se discutir os temas mais relevantes, ao invés de discutir os artigos individualmente.

PARTICIPAÇÃO BRASILEIRA NA REUNIÃO: A Delegação do Brasil, que participa da reunião, conta com a presença do Setor Privado, do Governo e de Parlamentares, sendo comandada pelo experiente Secretário de Produção e Agroenergia do MAPA, Dr. Linneu Costa Lima. O Itamarati, representado pelo Secretário Luiz César Grasser, tem um papel de destaque nas reuniões, com o conhecimento que possui da OIC e por trabalhar em sintonia com as definições tomadas no Brasil pelo CDPC.

A Ministra Ana Maria Sampaio Fernandes, da Embaixada do Brasil em Londres, é a porta voz dos Países Produtores e destaca-se pelo empenho, conhecimento e determinação com que lida com as matérias discutidas na OIC.

Aproveitando a oportunidade o Deputado Silas Brasileiro saúda os Produtores, Comerciantes, Corretores, Industriais, enfim todos os representantes do Agronegócio Café do Brasil, pelo Dia Nacional do Café. Anotamos uma menção especial a ABIC, pelo belíssimo trabalho desenvolvido pelo seu Presidente Guivam Bueno, pelo Diretor Nathan Herscowicz e toda a sua Equipe, na divulgação desta data e no importante trabalho em prol do aumento do consumo do Café no Brasil, se tornando referência no mundo inteiro.

“O trabalho da ABIC pode ser medido pelo consumo brasileiro que dobrou nos últimos 10 anos, passando para 16 milhões de sacas, elevando o Brasil ao posto de segundo maior consumidor mundial. Isto é um extraordinário patrimônio para todos os cafeicultores brasileiros e que nos diferencia dos demais Países Produtores”, concluiu Silas Brasileiro.

Finalizando, transmitimos em anexo a mensagem enviada pela ABIC, em comemoração à data de hoje.


Brasília, 24 de maio de 2006.

ESCRITÓRIO DE APOIO AO AGRONEGÓCIO CAFÉ

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