VBP de Minas para 2012 avaliado em R$ 25,59 bi, cultura do café registrou retração.

Por: Diario do Comercio

MICHELLE VALVERDE

O Valor Bruto de Produção (VBP) estimado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para o agronegócio de Minas Gerais deverá encerrar este ano com incremento de 11% sobre os resultados do exercício anterior. Ao todo, as principais culturas do Estado estão avaliadas em R$ 25,59 bilhões, frente aos R$ 23,058 bilhões observados em 2011. Apesar do incremento, o café, principal produto do agronegócio mineiro, apresentou resultados negativos.


O VBP se refere à renda dentro da propriedade e considera os preços recebidos pelos produtores das principais culturas agrícolas do país. A estimativa para 2012 foi calculada com base no levantamento de safra de julho e nos preços pagos nos sete primeiros meses do ano.


No levantamento feito ao longo de julho, o Mapa incluiu sete novos produtos no cálculo do VBP de Minas Gerais. Subtraindo a renda desses sete novos produtos e mantendo no cálculo somente as culturas que já estavam no levatamento de 2011, o VBP do Estado será de R$ 24,5 bilhões, o que representa um incremento de 6,27% sobre o valor gerado anteriormente.


Segundo o levantamento do ministério, o incremento registrado em Minas Gerais não foi observado nos resultados do Brasil. Os dados mostram que o VBP nacional terá uma retração de 0,8%, ficando em R$ 221,2 bilhões.


De acordo com dados do Mapa, na cultura do café em Minas foi registrada retração de 6,9% nos resultados do VBP. A expectativa é que a receita alcance R$ 10,8 bilhões, frente aos R$ 11,688 bilhões registrados em igual período do ano passado. O café responde por 42,5% da composição do VBP de Minas Gerais.


Para o superintendente de Política e Economia Agrícola da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), João Ricardo Albanez, ainda existe expectativa de recuperação do VBP do café.


Ritmo lento – Segundo o técnico, as estimativas iniciais de aumento significativo da produção fez com que os compradores reduzissem o ritmo de compra ao longo dos primeiros meses do ano, o que promoveu a queda dos preços pagos pela saca de café. A expectativa, depois do longo período de chuvas e de perdas na qualidade do grão, é que os preços se recuperem em setembro, quando a colheita deverá ser encerrada.


“Em 2011 tivemos uma safra menor e os preços chegaram a R$ 500 por saca de 60 quilos. Este ano, diante da expectativa de uma safra recorde, os preços retraíram, porém os cafeicultores vêm registrando perdas significativas na qualidade dos grãos, o que pode limitar a oferta de cafés especiais e contribuir para a retomada dos preços”, avalia Albanez.


Além do café, foi registrada queda no VBP da batata-inglesa. Ao todo, a produção foi avaliada em R$ 615,4 milhões, o que gerou queda de 17,03% quando comparado com igual período do ano passado.


A cana-de-açúcar, reponsável por 16,9% do VBP do Estado, apresentou evolução de 10,79% nos resultados. O valor bruto da produção foi calculado em R$ 4,312 bilhões, frente aos R$ 3,892 bilhões movimentados em igual período de 2011. O aumento da produção é a principal justificativa para o incremento.


EUA – A quebra da safra de grãos nos Estados Unidos tem contribuído para a ampliação do VBP do milho e da soja. De acordo com dados do Mapa, somente no milho foi registrada valorização de 15,76% no VBP, que passou dos R$ 2,880 bilhões registrados em igual intervalo de 2011 para R$ 3,334 bilhões. No caso da soja, a valorização chegou a 29,79%, com faturamento estimado em R$ 2,875 bilhões, frente aos R$ 2,215 bilhões gerados anteriormente.


“Além do aumento da produção, os preços pagos pelo milho e pela soja se mantiveram valorizados ao longo dos primeiros sete meses do ano. A expectativa é de manutenção das cotações em alta, já que boa parte da produção dos Estados Unidos, maior fornecedor mundial dos produtos, foi comprometida pelo clima desfavorável, abrindo novas oportunidades de comercialização no mercado mundial”, disse Albanez.


Outro produto que teve o VBP alavancado foi o feijão. A estimativa é a de que a cultura movimente cerca de R$ 1,549 bilhão ao longo deste ano, valor 47,5% maior que o observado anteriormente. A redução da produção da primeira safra e a demanda superior à oferta fizeram com que os preços pagos pelo grão aumentassem significativamente ao longo dos primeiros sete meses deste ano.


Já a banana e o algodão também tiveram resultados favoráveis. O VBP estimado para a fruta é de R$ 690,4 milhões, incremento de 78,2%. Já a pluma acumula alta de 22,34% e o VBP estimado é de R$ 247,5 milhões.
 
 

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