Variedades de Café desenvolvidas pela EPAMIG conquistam as três primeiras posições no 8º Prêmio de Cafés do Cerrado

Cultivares Paraíso MG H 419-1, MGS Paraíso 2 e Topázio MG 1190 foram premiadas na Categoria Café Natural

4 de novembro de 2020 | Sem comentários Cafés Especiais Produção

(Belo Horizonte, 4/11/2020) Cafés de variedades desenvolvidas pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) conquistaram as três primeiras posições na categoria Café Natural do 8º Prêmio de Cafés do Cerrado. O concurso, promovido pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado, contemplou as categorias Natural e Cereja Descascado. Os resultados foram divulgados no dia 29 de outubro.

O café da cultivar Paraíso MG H 419-1 produzido na Fazenda Londrina, no município do Coromandel, conquistou a primeira colocação com pontuação de 90,33 e teve a saca de 60 Kg vendida a R$20.717. “Nós já esperávamos que este café alcançasse uma nota elevada. Na fazenda temos um Q-grader que faz todo o controle de qualidade e acompanha os processos. Por tudo isso, e pela qualidade e exclusividade, esperávamos que houvesse uma boa valorização do lote. Mas o valor surpreendeu, principalmente, pelas dificuldades impostas pela pandemia”, afirma o produtor Jorge Naimeg.

Vindo de uma família paranaense que está na cafeicultura desde 1965, Naimeg conta que a chegada ao Cerrado Mineiro aconteceu em 1981. “Após três geadas em seis anos, meu pai decidiu migrar para o Cerrado e lá se vão 39 anos. Meu pai sempre foi um grande apaixonado pelo café e sua paixão contagiou a mim e aos meus irmãos. Desde 1992 quando disputamos e vencemos o primeiro concurso, buscamos aprimorar os processos, atentos ao melhor momento de colheita e com rígido controle de qualidade”, revela.

A segunda colocação foi conquistada pela Fazenda Cruzeiro do município de Carmo Paranaíba, com a cultivar MGS Paraíso 2 que obteve nota de 90,13. O cafeicultor Enivaldo Marinho Pereira conta que conheceu a variedade por meio de um experimento do pesquisador Antônio Alves Pereira, o Tonico, que se aposentou recentemente. “Sou técnico agrícola e comecei na cafeicultura em 1986. Após trabalhar em diversas fases do processo produtivo e atuar como consultor, adquiri minha primeira propriedade em 1998. Em 2010, recebi uma proposta do Tonico da EPAMIG para plantar 16 materiais diferentes e pude acompanhar o desenvolvimento dos cafés Paraíso. Após fazer amostras e colheitas verifiquei o poder de qualidade e produção”.

A propriedade de Enivaldo participa do projeto “Unidades Demonstrativas para Validação de Cultivares de Cafeeiro para as Condições da Região do Cerrado Mineiro”, implementado pela EPAMIG e pela Federação de Cafeicultores. “Tenho uma área de 1 (um) hectare com os 12 materiais testados pela EPAMIG. Após duas safras fiquei muito satisfeito com os cafés Paraíso e Aranãs, e vou plantar mais 50 mil mudas de cada uma dessas variedades”, informa.

O pesquisador da EPAMIG Gladyston Carvalho destaca que os ensaios para a validação das cultivares de café para a região do Cerrado testam nove materiais desenvolvidas pelo Programa de Melhoramento Genético do Cafeeiro da EPAMIG, em parceria com outras instituições que integram o Consórcio de Pesquisa Café, e três cultivares referência. O pesquisador informa que a cultivar Paraíso MG H 419 – 1, não participa dos experimentos por não ser adaptada à colheita mecanizada, embora seja uma referência em qualidade de bebida.

“Em função desta característica da cafeicultura na região temos recomendado a cultivar Paraíso 2, que é a melhor da EPAMIG para as condições de qualidade do Cerrado e está indo muito bem em praticamente todas as microrregiões. Temos outras como a Aranãs e a Ametista que se sobressaem em determinadas localidades. Podemos dizer, que até o momento, as cultivares Paraíso 2 e Topázio são as que têm apresentado adaptação mais ampla nas áreas avaliadas”, relata.

O superintendente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado Mineiro, Juliano Tarabal, explica que o concurso avalia a qualidade física e sensorial dos grãos em três etapas de classificação. “Neste ano tivemos uma nota de corte de 87 pontos, sendo que na Categoria Café Natural a nota do terceiro colocado foi superior a 89”, ressalta. Vale lembrar que cafés com nota 80 ou acima são classificados como especiais.

A terceira colocação na categoria Café Natural ficou com a cultivar Topázio MG 1190, produzida pela Fazenda Jacu, de Cruzeiro da Fortaleza. A cafeicultora Maria Soraia Guimarães conta que ficou surpresa com a pontuação de 89,25 conquistada. “Venho de uma família de tradição cafeeira aqui do Cerrado. Tenho paixão pela cultura e investi bastante nos cuidados com a lavoura e em pós-colheita. Comecei a participar de concursos de qualidade no último ano e não esperava esses resultados tão rápido”, afirma.

Além das três primeiras colocações, as cultivares da EPAMIG também alcançaram a 7ª e a 10ª posições na Categoria Natural. O café da variedade Topázio MG 1190, da Fazenda Santa Tereza, obteve nota 88,42, e o café da variedade MGS Paraíso 2, produzido pela Fazenda Olhos d’Água nota 87,29.

Fotos: Divulgação EPAMIG

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