(27/02/2009 09:02)
Segundo especialistas, falta de consenso pode confundir o agricultor
A variedade de fontes e números que quantificam a safra agrícola brasileira tem gerado divergências. Especialistas alertam que a falta de consenso na hora de mensurar a produção pode confundir o agricultor.
A cada estimativa de safra divulgada, o produtor brasileiro se depara com uma espécie de salada numérica. Entidades representativas do setor elaboram as próprias estimativas, que muitas vezes diferem dos levantamentos elaborados pelos órgãos oficiais do governo federal.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também apresentam diferenças nas projeções.
A justificativa é que em alguns Estados, como Goiás, os dados não foram computados a tempo. Segundo a Conab, o trigo é o que mais apresenta divergências devido à metodologia empregada.
– O IBGE trabalha com o ano civil e nós com o ano-safra, então o usuário tem que ter o cuidado de que as divergências que houverem entre IBGE e Conab estão em função dessa medida – explica o superintendente de Informação de Agronegócio da Conab, Airton Camargo.
Entre os principais órgãos oficiais, as divergências numéricas estão com os dias contados. Conab e IBGE já trabalham na comparação dos levantamentos de safra. E lá fora, os dados brasileiros também estão tendo maior aceitação.
– As divergências entre a Conab e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos já foram bem maiores. Nós estamos fazendo reuniões, trocando experiências e conhecendo os métodos com que eles trabalham. Hoje eles confiam mais nos nossos dados e essas diferenças estão muito pequenas – diz Camargo.
Segundo o economista José Luís Pagnussat, as divergências de dados podem, algumas vezes, influenciar preços no mercado.
– São informações bastante importantes para a tomada de decisão, daí a importância de se ter sistemas estratégicos que captem com rapidez o comportamento da produção.
As informações partem do Canal Rural