Valor das terras paranaenses quase dobra nos últimos anos

No Paraná, as terras mecanizáveis tiveram valorização de 46% a 95% este ano, em relação a 2000. Essa valorização, apesar de positiva, representa uma acomodação sobre os valores da terra alcançados em 2004. “Naquele ano a valorização foi bem maior em função dos preços da soja que atingiram valores bastante elevados devido às grandes compras da China”, alertou o economista Dizonei Zampieri, do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento.


Desde 2004, a cotação da soja voltou a seu patamar normal e os preços da terra recuaram um pouco, mas, mesmo assim, permaneceram valorizados em relação a 2000. Os valores apresentados pelo técnico foram corrigidos pelo Índice Geral de Preços (IGP-DI), que mede os preços no atacado, da Fundação Getúlio Vargas.


Fertilidade – Segundo Zampieri, os motivos para a valorização estão na fertilidade do solo paranaense, proximidade com o porto e da boa infra-estrutura de escoamento da produção. O técnico aponta ainda a ausência de oferta de terras à venda, devido à acomodação dos preços internacionais das commodities agrícolas. Outro fator que também contribui para a falta de transações na área imobiliária é a renegociação das dívidas, que faz os negócios recuarem.


Zampieri descarta a influência da expansão da cana-de-açúcar sobre a valorização das terras no Paraná, porque o setor sucro-alcooleiro não tem como hábito a aquisição de terras e sim o sistema de arrendamento de terras, que influencia pouco nas transações imobiliárias. “Certamente que está havendo uma migração de áreas parciais de pastagens e, em menor escala, de algumas áreas remanescentes de produção de grãos para a cana-de-açúcar, mas toda essa movimentação está ocorrendo sob o sistema de arrendamento”, explicou. Além disso, desde 2004, a cana-de-açúcar subiu apenas 14%, o que não justificaria a valorização.


A análise feita sobre o preço das terras pelo Deral, levou em conta três regiões produtoras: Cascavel, Paranavaí e Umuarama nos anos de 2000, 2004 e 2007. Num comparativo entre 2007 e 2000, a terra roxa mecanizada da região de Cascavel teve uma valorização de 95%, passando de R$ 6.900,00 o hectare para R$ 13.400,00 o hectare em 2007. Em 2004, período de ápice nos preços da soja, a terra nessa região valia R$ 15.300,00.


Nas áreas arenosas e mecanizáveis das regiões de Umuarama e Paranavaí, a valorização foi de 55%, passando de R$ 4 mil o hectare em 2000 para R$ 6.200,00 o hectare este ano. Em 2004, o hectare de área nessa região valia R$ 8.700,00.


Nas áreas de terra roxa e mecanizáveis de Umuarama, a valorização foi de 46%, passando de R$ 8.100,00 o hectare para R$ 11.800,00 o hectare em 2007. Em 2004, essa área atingiu valorização de 95% em relação a 2000 e valia R$ 15.800,00 o hectare.



 

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