O grande destaque nessa evolução do consumo de café são os países da Ásia e da Oceania, cujo crescimento foi de 5,2% no período. Já os países da Europa e da América do Sul têm um consumo estabilizado, com alta de apenas 0,4% no período.
22 ago 2016 – O consumo de café continua com crescimento mais acentuado nos países exportadores da bebida do que nos importadores. Segundo a OIC (Organização Internacional do Café), de 2012 a 2015 a média de crescimento foi de 2,1% nos exportadores e de 1,9% nos importadores.
O grande destaque nessa evolução do consumo de café são os países da Ásia e da Oceania, cujo crescimento foi de 5,2% no período. Já os países da Europa e da América do Sul têm um consumo estabilizado, com alta de apenas 0,4% no período.
O crescente consumo da Ásia e da Oceania já supera 33 milhões de sacas por ano, acima do da América do Sul, que é de 25 milhões. A liderança fica com os países da Europa, cujo consumo anual atinge 50 milhões de sacas, segundo a OIC.
O ritmo mundial das exportações está menor neste ano, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (19). As exportações de junho recuaram para 9 milhões de sacas, 11% menos do que em igual mês do ano passado.
Plantação de café no interior de SP
É o menor volume nos meses de junho em seis anos. A queda ocorre porque três dos quatro maiores exportadores mundiais enviaram menos café para o mercado externo. O Brasil, líder mundial em produção e em exportação, colocou 10% menos produto no mercado externo. O pior desempenho ficou com a Indonésia, cuja queda nas exportações foi de 63% no período.
Apesar dessa forte queda no último mês do primeiro semestre, as exportações acumuladas dos nove primeiros meses do ano-safra (outubro a junho) ficaram estáveis em 85 milhões de sacas.
As exportações menores de café robusta –menos 6,5% no período– foram compensadas pelo aumento de 4,6% nas de arábica.
Essa queda nas exportações ocorre devido à menor oferta de café no mercado internacional, principalmente a de robustas. Essa oferta menor provocou, em julho, a maior alta do indicativo composto de preços da OIC em 17 meses.
Os preços do robusta subiram 5,7%, atingindo 90,8 centavos de dólar por libra-peso, o mais alto patamar desde abril de 2015. Já o café arábica colombiano teve alta de 4,8%; e o brasileiro, de 4,6%.
A OIC reduziu a estimativa de produção de café da safra 2015/16 para 143,3 milhões de sacas, abaixo dos 144,7 milhões previstos anteriormente.
Rússia vai liderar exportações de trigo
A Rússia deverá produzir o recorde de 110 milhões de toneladas de grãos nesta safra. Um dos destaques é a produção de trigo, que atingiu 61 milhões de toneladas nesta safra e poderá subir para 72 milhões em 2016/17.
Com isso, o país deverá assumir, pela primeira vez, a liderança mundial nas exportações do cereal.
Os russos vêm tendo uma evolução constante na produção de trigo, o que elevou os estoques do cereal para 5,4 milhões de toneladas no início de julho, ante 4,7 milhões em igual período de 2015, segundo o Ministério de Agricultura do país.
Além de um aumento da área plantada, que deverá atingir 26,6 milhões de hectares em 2016/17, a produtividade tem aumentos constantes. Foi de 2,4 toneladas por hectare na safra passada e poderá atingir 2,7 na próxima, segundo dados do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Os estoques totais de grãos da Rússia deverão atingir 13,3 milhões de toneladas neste ano, acima dos 12,4 milhões de 2015.
Na avaliação do governo russo, as importações menores de alimentos e a incorporação de novas áreas de produção vão levar o país a 200 milhões de toneladas de grãos em alguns anos.
Assim como os demais produtores de grãos –Brasil e Estados Unidos, por exemplo–, os russos estão de olho no potencial do mercado chinês. O governo prevê, aliás, boa participação do país nas importações chinesas de proteínas.
Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pelaFolha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.
Fonte : Folha