08/06/10
MAURO ZAFALON
Um cafezal formado na década de 50 em uma área próxima ao centro de São Paulo deverá ser destinado a uma rota cultural e turística.
A criação de uma associação para apoiar e sedimentar essa rota deverá ser discutida hoje no Instituto Biológico, local onde estão plantados 1.530 pés de cafés \”novo mundo\” e \”catuaí\”. Hoje, haverá a colheita desse café.
Plantado próximo à avenida Paulista, onde se concentravam as residências e as fortunas dos grandes produtores do país, o cafezal tinha como objetivo o desenvolvimento de pesquisas contra a broca do café, uma doença que chegou ao Brasil na década de 20.
Eduardo Carvalhaes, do Escritório Carvalhaes, cuja família se dedica ao café desde o final do século 19, diz que a ideia é preservar esse cafezal, com a possibilidade de plantio de outras variedades. A ideia é a montagem de uma minitorrefação, uma cafeteria e até uma área destinada a um museu do café.
Nathan Herszkowicz, presidente do Sindicafé (sindicato que congrega as indústrias), diz que escolas, profissionais do ramo e pessoas interessadas no assunto terão a oportunidade de acompanhar o café da produção à degustação.
\”Poderemos fazer do local um evento educativo e turístico. É mais uma opção de turismo, já que o antigo prédio do Detran, que passa a ser museu, e o prédio da Bienal estão próximos\”, diz ele.
A ideia é criar nesse cafezal paulistano um modelo semelhante ao do quarteirão de uva plantado em Paris, que é visitado por escolares, profissionais do vinho e amantes da bebida, diz Herszkowicz.