Vai um cafezinho? Grão cai na prova de História

Por: 25/05/2009 11:05:12 - Terra

Um dos símbolos do nosso País, o café tem um dia especial no Calendário Brasileiro de Eventos: 24 de maio, Dia Nacional do café. Para quem se prepara para o vestibular, a bebida não é apenas uma possível companhia nas longas horas de estudo. A importância política e econômica da cultura do café é um assunto que pode aparecer em provas de História e Geografia.


Os professores de cursinhos pré-vestibular destacam o período entre o século XIX e o começo do século XX como o mais importante historicamente. “Desde o período regencial, o café já propiciava grandes lucros para o País, mas foi no Segundo Império que a produção atingiu seu apogeu”, diz Rafael Menezes, professor de História do Elite Pré-Vestibular de Porto Alegre.


Durante esse período, havia duas áreas principais de cultivo do café no Brasil: “O Vale do Paraíba, do qual faziam parte territórios de São Paulo e Rio de Janeiro, e o Oeste Paulista, que era o centro da Província de São Paulo. No Vale do Paraíba, a mão-de-obra era escrava, enquanto no Oeste Paulista, predominava a mão-de-obra livre, de imigrantes europeus”, destaca Ciro de Moura Ramos, professor de História do Curso Objetivo, de São Paulo.


No âmbito político, Ramos destaca as políticas do café-com-leite e a de valorização do café: “Depois da Proclamação da República, em 1889, os cafeicultores passaram a participar do governo federal. Como São Paulo era economicamente mais forte, mas Minas Gerais tinha mais expressão política, as oligarquias se uniram. Formou-se o que ficou conhecida como política do café-com-leite. A política de valorização do café começa em 1906, quando os governos de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro ¿ Estados mais importantes da cafeicultura ¿ se comprometem a comprar excedentes para manter os preços internacionais do café.


Essa política estimulou os cafeicultores a produzirem mais, o que gerou uma superprodução de café no final da década de 20. Getúlio Vargas, ao assumir o poder em 1930, manda queimar os excedentes e erradica muitos cafezais, para substituir por outros produtos”. O professor ressalta ainda a participação dos cafeicultores no desenvolvimento econômico do País no final do século XIX e começo do século XX, com investimentos em indústrias e bancos.


Ainda hoje, o Brasil é o maior exportador de café do mundo ¿ o que pode ser comemorado, mas também visto com atenção, na opinião do professor Claudio Terezo, autor do livro Novo Dicionário de Geografia, principalmente em relação à questão ecológica, do manejo e preservação do solo nas áreas de plantio. “As áreas produtoras de café, sofrem com a perda de solo provocado pela lixiviação, ou seja, quando a água e as chuvas literalmente lavam o solo, causando degradação com difícil recuperação”.

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