Vai um cafezinho? Cafeteria adapta espaços para servir com charme

9 de junho de 2008 | Sem comentários Cafeteria Consumo

Cidade
Pretinho básico


Vai um cafezinho? Comércio adapta espaços para servir com charme



DANIELE RICCI
Da Gazeta de Piracicaba
daniele.ricci@gazetadepiracicaba.com.br


Talvez nem seja pelo aroma ou pelo sabor, mas pelo prazer da companhia. A verdade é que o cafezinho do meio da tarde vem fortalecendo até mesmo nas novas gerações o hábito típico do brasileiro de consumir diariamente pelo menos uma xícara da bebida. Que seja. Assim, as cafeterias vêm garantindo espaço na cidade, abrindo ao público com nomes e ambientes convidativos, que mais lembram as casas comerciais de alguma época do passado. Nesse embalo, também aumenta a quantidade de padarias, mercados, lan houses e outros estabelecimentos que se adaptam para oferecer um cantinho aconchegante para encontros ao sabor do pretinho.


Bem como buscam criatividade para denominar suas casas de café, os comerciantes do ramo não poupam esforços para preparar combinações que, quando dão certo, são incluídas no menu, com direito à lista de ingredientes básicos para o preparo e uma bem elaborada produção fotográfica para ligar o nome ao produto. Para incrementar e conquistar outros paladares, a bebida é reeditada em versões interessantes, que vão além do notoriamente saboroso cappuccino.


MARCANTE


Ir à cafeteria não é uma questão de apenas apreciar a bebida. O café tem sido usado como artifício para acontecimentos dos mais sérios aos mais descompromissados, de reuniões de negócios a conversas entre amigos, encontros rápidos que rendem horas de boas fofocas, celebrações aconchegantes, troca de olhares que se transformam em namoro. E de namoro a casamento.


Vera Lúcia André Silva, comerciante, presenciou um acontecimento desses em seu Café Avelã, no Centro. Ele e ela eram professores e se viram pela primeira vez numa tarde de descanso entre uma aula e outra. “Conversa que vai, conversa que vem, acabaram namorando por alguns meses e estão casados há dois anos. Não moram mais em Piracicaba, mas sempre voltam aqui para comemorar”, conta Vera, que realizou o sonho de ter o negócio próprio há três anos. “Queria um lugar aconchegante, pequeno, com bom astral, onde as pessoas pudessem ter tranqüilidade para fazer uma boa leitura, uma roda de amigos, cultivar amizades”, disse.


Funcionária pública aposentada, Neide Baraldi dá uma passadinha na cafeteria pelo menos duas vezes por semana. É seu momento de relaxamento. “Tomo um café especial acompanhado de um pão de queijo, bato papo, fujo dos problemas, dou boas risadas”, conta Neide. Quando chega o próprio aniversário ou das amigas, é na cafeteria o lugar da comemoração.


A pausa para o café é sagrada em meio ao expediente. O Café Santa Fé é o lugar onde quem trabalha, mora ou está de passagem pela avenida Rui Barbosa, na Vila Rezende, durante a semana, faz essa paradinha. A proprietária, Nádia Nassar, no local há apenas três meses, conta que está fazendo adaptações ao cardápio, misturando combinações que resultem em variações da mesma bebida, mas suas apostas principais são nos tradicionais cappuccino e expresso, os mais pedidos pela clientela. “Os homens gostam mais do café puro, do expresso, mas as mulheres não resistem a provar um pedaço de bolo junto. A hora do café é a hora de sair do regime”, brinca.


NEGÓCIO FECHADO


Há 25 anos no trecho da avenida Saldanha Marinho, o empresário da noite Renê Calil, 51 anos, José Carlos Mondoni (DJ Ferrão), 50, e o motorista Miguel Colabone, 33, usam diariamente o espaço do café do mercado Empório do Vovô como “estrutura de trabalho”. “É melhor que no escritório”, salientou Calil. “Encontros em cafés são parte de uma cultura muito paulistana, que vive numa rotina dinâmica, em que a pausa precisa ser rápida e reconfortante. Adotamos isso como nossa hora do recreio”, destaca o empresário. Ferrão ressalta que muitas das histórias que observa na noite são contadas, preservando os personagens, nessa mesa de intervalo. “É sempre divertido. Discutir tomando café é impossível!”


A empresária Márcia Regina Shiraga Martorini também concorda que o café é um “ambiente neutro” e é nele que fluem as boas conversas dela com a filha Carolina Tieme, de 12 anos. “Já tomamos atitudes importantes que surgiram de um papo à mesa do café”, lembrou.


Por ser próximo ao lugar onde moram, Márcia e Carolina geralmente freqüentam o espaço do Pão-de-Açúcar, 24 Horas, que até mesmo de madrugada serve como um lugar de relaxamento para quem faz compras ou só está passando por ali.


Receita para os dias frios


Embora o Inverno demore pelo menos mais 13 dias para chegar (21 de junho), o clima já está convidativo para o consumo de sopas, chocolate quente ou uma boa xícara de chá.


Dos mais tradicionais, como mate, cidreira, erva doce, camomila e hortelã, aos mais inusitados, preparados com maçã, morango ou baunilha, por exemplo, o chá é uma pedida aconchegante. Além de esquentar, eles trazem diversos benefícios à saúde. Entre eles, ajuda a combater a insônia, a hipertensão arterial, as dores de cabeça; é anti-estresse, calmante, afrodisíaco, entre outros.


Jorge Sabongi é proprietário da Khan el Khalili, casa de chás que funciona em Vila Mariana (SP), e possui um cardápio exótico, com mais de 30 opções, como o Sultão, feito com marapuama, do Amazonas, misturada com maçã; e o Karkadêh Egípcio, que vindo da capital egípcia, Cairo, é preparada à base de flor seca de hibíscus. “Adote o chá como bebida diária. Além de esquentar o corpo, a ela pode deixar o seu Inverno mais gostoso em vários sentidos: o cheiro e o gosto da bebida, o contato das mãos com a xícara quente, a cor do chá e as formas da xícara”, recomenda.

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