Se procurarmos em nossas casas, vamos encontrar sempre alguma coisa da China uma jarra, uma xícara, uma caixinha, uma boneca.
Provavelmente, você pode ter também alguma lembrancinha da Torre Eiffel em miniatura, ou da Estátua da Liberdade. Muito provavelmente estes souvenirs também são “Made in China”. Sobretudo agora, quando o país ultrapassou seus maiores concorrentes tornandose a maior potência industrial do mundo contemporâneo em alguns setores de ponta, como computadores, eletrodomésticos e aço; e já é, de longe, o maior produtor e consumidor mundial.
Doze horas de vôo separam Munich de Hong Kong. Antes, porém, são três horas de Lisboa a Munich e oito de Salvador a Lisboa: praticamente 24 horas em diferentes aeronaves. Bota a cabeça deste lado, tenta esticar as pernas por baixo do assento; vem o jantar: frango ou massa? Infelizmente, viajo nas ultimas fileiras – um azar! Quando quero frango, o mesmo acaba assim que chega a minha vez; quando quero carne, idem.
Frango ou carne? Pergunta-me a aeromoça com o sorriso habitual.
Chicken or meat? Tanto faz! Estou resignado.
Tea or coffee? O que chamam coffee é Nescafé. Raramente tomo Nescafé. Talvez seja também descafeinado.
Não é café e é descafeinado.
Tento dormir. Boto o travesseirinho, ele escorrega e cai por trás do assento; eu o pego e quando estou quase caindo no sono… uma criança chora, uma pessoa tosse, uma turbulência por aqui. Quando viajo no corredor, tenho que me levantar para dar passagem à senhora que vai ao banheiro de hora em hora. Se eu sento na janela, acordo com o ronco do senhor ao lado. Um bom consolo é imaginar como foram as viagens de Marco Polo e Vasco da Gama naquelas naus.
HONG KONG – Finalmente o avião pousa numa das maiores obras de engenharia civil do mundo – o aeroporto de Chek Lap Kok, projeto de Norman Foster. Pego um táxi, uma sensação estranha, estou sentado ao lado do motorista e o motorista está do lado direito e eu não estou ao volante! É a chamada mão-inglesa. Foram os britânicos que botaram a mão neste território durante a primeira Guerra do Ópio, devolvido a seu legítimo dono em 1997, quanto então se converteu, juntamente com Macau, em uma das Regiões Administrativas Especiais da China.
Os arranha-céus, as pontes, os viadutos perfeitos, as pistas de concreto: um dinheiro bem empregado.
Não é à toa que é o lugar menos burocrático para fazer negócios.
Um dos lugares a serem visitados é o Templo Man Mo, situado na Hollywood Road. No templo, convivem em perfeita harmonia o taoismo e o budismo. Espirais de incenso ficam penduradas no teto.
Os devotos, para ter boa sorte, queimam dentro de um forno papéis que simbolizam dinheiro.
PROTEÇÃO – O metrô da cidade de Hong Kong é uma frustração para os potenciais suicidas. Uma vidraça protege os passageiros que aguardam o trem nas estações.
Quando o vagão chega, o vidro abre-se automaticamente e você entra em total segurança. É impossível cair nos trilhos. Valeu a pena enfrentar a viagem e conhecer Hong Kong e estamos só no começo da jornada.