Para contragolpear a crise do café que atinge várias regiões do México, a Universidade Autônoma de Chapingo propõe que os produtores do grão dessa parte do país invistam no “policultivo”. Isso quer dizer que os cafeicultores deveriam investir em outras formas de renda advindas da terra e não viverem basicamente dos preços ofertados pelo café, que é um produto perene e com boa demanda, mas cujos preços sofrem muitas influências externas, como cotações internacionais, clima e ataque de doenças. Para a Universidade, boas alternativas poderiam ser as frutas e também a banana.
De acordo com o centro acadêmico, essa sugestão advém da constatação de que o setor cafeeiro continua em crise, afetado por preços internacionais considerados extremamente baixos e que vêm sofrendo pressão desde maio de 2011. Por outro lado, no México, os produtores não têm conseguido, ao longo dos últimos anos, os apoios necessários por parte do governo local. De fato, segundo dados apresentados por entidades cafeeiros e segmentos ligados ao setor produtor, houve uma redução de aproximadamente 15% nos hectares destinados para o cultivo de café ao longo dos últimos cinco anos, conforme indicou José Domingo Robledo Martínez, que atua como subdiretor do Crou (Centro Regional Oriente Universitário), entidade que é diretamente vinculada com a Universidade Autônoma de Chapingo, inclusive na elaboração de políticas e estudos voltados para segmentos agrícolas de importância local, como é o caso do café.
Robledo Martínez sustentou que uma das medidas sugeridas pelos estudos ressaltados pelo Centro Regional e pela Universidade, com foco para o enfrentamento da crise atual que atinge o setor, será a capacitação dos produtores, não apenas no que se refere a aspectos relevantes para a produção do grão, mas também sobre indicativos sobre como proceder para efetuar o plantio, cuidado, colheita e comercialização de outros produtos. “Temos de acabar com o monocultivo. Os produtores somente se dedicam ao plantio do café e só vivem da renda resultante do produto. Quando os preços do café passam a experimentar quedas mais incisivas, como vem ocorrendo ao longo dos últimos tempos, essa população de produtores passa a sofrer sérios problemas.
O que queremos fazer é que eles tenham produtos que lhes dê a opção dentro e fora da lavoura de café, que podem ser uma fonte de receita ao longo do ano, como é o caso das frutas e, em especial, da banana”, complementou.
Agnocafé