O Brasil é um dos países que mais consome café no mundo, impulsionando a especialização e o setor concentrado na bebida
Dados da ABIC, Associação Brasileira das Indústrias de Café, apontam um constante crescimento no consumo de café no país: estima-se que de 2003 a 2007, o mercado cresceu 25%. Descoberta pelos árabes, a bebida caiu no gosto dos brasileiros. Somos líderes em produção e vice em consumo: são aproximadamente 24 xícaras por dias por brasileiro.
Ainda segundo a ABIC, o Brasil deve consumir 18,1 milhões de sacas do produto em 2008, destacando-se mais uma vez no topo da lista dos 57 países produtores da requisitada semente. Os produtores brasileiros, principalmente os que investem em cafés finos e gourmets, têm uma vantagem única no mundo: em virtude do clima favorável durante a colheita, podem escolher o sistema de processamento mais adequado às necessidades de seus clientes. Dentro desse contexto, aumenta o consumo de café fora de casa; fato que movimenta o mercado de especialização de profissionais em manuseio e preparo da bebida. Curso para formação de baristas (profissional que prepara o café), selo de qualidade de grãos e máquinas cada vez mais modernas fazem parte do setor.
Um bom café é sempre um prazer, mas implica no resultado de muitos fatores: o grão, a moagem, a máquina, a água e até mesmo a chávena (recipiente especial em que se serve o café). A Saeco, que trabalha há mais de 25 anos no setor das máquinas de café, viu a oportunidade de negócios no Paraná e a abraçou. O resultado desta investida é a primeira loja somente de produtos Saeco em Curitiba.
No espaço, estrategicamente localizado em Santa Felicidade, voltado para turismo e gastronomia, na rua Manoel Ribas, n°5192 o visitante poderá encontrar as linhas domésticas e comerciais, em preços bastante versáteis, que vão de R$ 2.800 a R$9.000. Além dos já conhecidos utensílios de produção do café, a loja da Saeco oferecerá aos seus clientes o grão de café, selecionado e aprovado pela ABIC e um espaço aconchegante e sofisticado para se degustar a bebida: trata-se de um Café dentro da loja. O espaço contará com um barista pronto para atender. * Loja da Saeco, Rua Manoel Ribas, 5192 | Telefone: (41) – 3078-1109 | www.saecocoffee.com.br
Uma pausa para o café
O brasileiro é o segundo maior consumidor de café no mundo. Somente em São Paulo, por exemplo, são servidas 300 milhões de xícaras de café por ano. E não se trata apenas de quantidade, mas também de qualidade. Com o crescimento das cafeterias de luxo no país, hoje, beber café é mais que um hábito rotineiro. É um ritual.
Divulgação |
Maurício Miarelli, do CNC: uso da tecnologia dobrou a produtividade e melhorou a qualidade do café |
Cláudia Abreu, Débora Rubin e Geovana Pagel
São Paulo – O Brasil é o segundo maior mercado consumidor de café do mundo. No ano passado, os brasileiros beberam 16,3 milhões de sacas de café. Perderam apenas para os norte-americanos que consumiram 21,6 milhões de sacas. E é aqui também que a taxa de consumo mais cresce no mundo. Enquanto a média mundial de consumo aumenta 2% ao ano, no Brasil cresce entre 4% e 5%.
“O café está sendo redescoberto pelos brasileiros. Essa redescoberta se deve a muitas razões, mas principalmente à qualidade dos grãos, maior oferta de café expresso e inúmeras pesquisas demonstrando que o café faz bem à saúde”, afirma Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC). Segundo a entidade, a projeção é de que até 2015 o consumo nacional chegue a 21 milhões de sacas por ano.
Na avaliação do diretor geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Guilherme Braga Abreu Pires Filho, vários fatores têm contribuído para esse aumento de consumo. Um deles é que o preço do café ao consumidor tem se mantido estável. Outro, conforme já citado, é a preocupação em relação à melhoria da qualidade do café. “Sem contar que o café tem uma mídia muito positiva. Você não vê um filme ou uma novela em que não apareça alguém tomando café”, destaca.
Estima-se hoje que os países produtores consumam mais ou menos 28 milhões de sacas. Como o Brasil consome cerca de 16 milhões, representa quase 60% do café que se consome nos países produtores. “Isso significa que os outros de modo geral têm um consumo inexpressivo ou marginal. Isso porque não houve preocupação desses países de ampliar seus mercados”, afirma. “É o caso da Índia, que é um grande produtor de café, produz quatro milhões de sacas, mas consome muito pouco. A OIC (Organização Internacional do Café) até providenciou estudos de mercado e levar a experiência brasileira para lá”, explica.
De acordo com Guilherme Braga, o Brasil começou a dar importância para o mercado interno há 50 anos atrás, quando foi lançada uma campanha na gestão do ex- presidente brasileiro, Juscelino Kubitschek. “O governo na época tinha estoques colossais, então vendia café a preço simbólico para a indústria para ela vender café a um preço muito baixo. Isso é claro que não foi da noite para o dia, mas veio num crescendo e hoje se vê que o Brasil tem um consumo extraordinário”, lembra Guilherme Braga.
Mas a revolução interna se deu nas duas últimas décadas. De acordo com Maurício Miarelli, presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), a forma de se plantar e processar o café mudaram radicalmente. “Na produção, houve uma revolução em termos de tecnologia de gestão, que duplicou a produtividade, melhorou a qualidade e consolidou a diversidade dos ‘cafés do Brasil’, o que tornou o país o produtor mais competitivo do mundo”, explica. As cooperativas, nesse contexto, se consolidaram como agentes fundamentais para a organização dos produtores e da cadeia produtiva.
Já para o diretor-executivo da ABIC, Nathan Herszkowicz, é sobretudo nos últimos dez anos, que ele chama de “década mágica” que o café volta a brilhar. Somente nesse período o brasileiro passou a tomar o café nacional e, quem diria, com prazer. “O consumidor percebeu que o Brasil também produzia o bom café. Até então, a opinião geral era a de que os bons grãos eram vendidos para fora e ficava aqui o resto”, afirma Nathan.
Mercado de luxo
Se por um lado o café verde e amarelo ficou mais saboroso, por outro, a forma de se tomar também vem mudando. Os cafés especiais e as cafeterias de luxo não param de crescer nas grandes cidades – em especial em São Paulo. Hoje, existem 2,5 mil cafeterias no país. E a tendência é que esse número cresça 10% a cada ano. Até mesmo em restaurante e bares, o velho e bom expresso já ganhou status – normalmente são cafés especiais ou gourmet.
Para muitos paulistanos, café, agora, tem grife. Em dezembro de 2006, a mundialmente conhecida Starbucks Coffee Company instalou as duas primeiras lojas brasileiras da rede no Morumbi Shopping, na capital paulista. Poderosa, a rede faz nada menos que 40 milhões de atendimentos ao redor do mundo.
Entre os elementos característicos da Starbucks estão os baristas da companhia, que prepararam a bebida ao gosto do cliente. “A customização das nossas bebidas, seguindo as especificações dos nossos clientes, é uma das características que fazem a Starbucks especial e divertida para nossos consumidores”, diz Flávio Guimarães, um dos dois primeiros gerentes das lojas Starbucks.
Quem também chegou ao Brasil no ano passado foi a Nespresso, marca suíça que abriu uma Boutique Bar nos Jardins, também em São Paulo, inovando na proposta de degustação e apresentação do café, cujos blends são elaborados com “os melhores grãos do mundo”, conforme prega a propaganda da marca. A Nespresso, criada em 1986, já está presente em 40 países. As Boutiques, porém, são pontos de encontro diferenciados. Até o momento, existiam apenas três no mundo: Munique, Praga e Frankfurt.
Na Boutique Bar há também uma linha completa de acessórios que complementam o ritual do consumo do café como xícaras em porcelana, açucareiros, coqueteleiras, entre outros itens para fazer do “beber um café” muito mais que um ato corriqueiro pós-almoço.
“A chegada dessas cafeterias e a divulgação do trabalho dos baristas têm contribuído para que o consumidor descubra a qualidade dos nossos cafés. E marca também uma mudança nos hábitos. Como freqüentar tais cafeterias é um modismo, sobretudo entre o público jovem, a perspectiva é a de que o consumo cresça, sobretudo dos cafés de melhor qualidade”, aposta Maurício Miarelli, presidente do Conselho Nacional do Café (CNC).
Fonte: http://www.anba.com.br/especial.php?id=340 – Acessado em 26 de janeiro 2007