…Sorvetes para beber
Milkshakes, frappés e outras receitas cremosas geladíssimas passam pelos paladares de três apaixonados por…
Lúcio Flávio
Da equipe do Correio
Há quem diga que a origem do sorvete remete às antigas civilizações chinesas, onde era confeccionado um tipo de doce com neve, suco de fruta e mel. Apreciada por Alexandre, o Grande — segundo muitos historiadores, o responsável por difundir a sobremesa no Ocidente —, essa batida de creme aromatizada popularizou-se na Europa no século 13, levada pelas mãos do navegador italiano Marco Polo. Curiosidades à parte, a iguaria tem se tormado, ao longo do tempo, um ingrediente importante para misturas saborosas nos cardápios brasileiros.
Para degustar essas combinações deliciosas, o Fim de Semana convidou três apaixonados por milkshakes, frappés, mocas, smoothies e outras receitas feitas com o creme gelado. A professora de inglês Amanda Carvalho, a estudante de audiovisual Liana Lessa e o funcionário público Yuri Faulstich provaram estarem afinados com os “drinques”.
A primeira parada foi no Marvin da 103 Sul. Com ambiente descontraído, a lanchonete, pertencente ao grupo Marietta, tem cardápio e decoração inspirados nos estabelecimentos norte-americanos. “Pelo menos é uma das raras lanchonetes de Brasília que ficam abertas até as 2h, 3h. É o lugar perfeito nos fins de noite, quando acaba a balada”, comenta Liana Lessa. Recém-chegada de Nova York, onde participou de programa de trabalho em uma rede de fast-food, ela conta que a cultura do sorvete é bastante forte por lá. “Eles têm o hábito de tomar sorvete mesmo quando neva”, diz. “O que eu gosto no Marvin é que as porções são bem generosas, tudo é exagerado”, comenta Yuri.
No Marvin, o trio experimentou milkshakes de morango, chocolate, creme (R$ 7,50) e uma das novidades da casa: o milkshake de café (R$ 8,90). “A bebida é a nossa especialidade. O sorvete usado é feito por nós mesmos”, explica Rafael Costacurta, um dos proprietários. “A idéia de acrescentar o café ao cardápio, na forma de milkshake, surgiu depois de uma viagem aos Estados Unidos. Experimentei lá, achei fantástico e resolvi implantar aqui”, revela. O diferencial da cremosa bebida do Marvin está na leve camada de Ovomaltine que leva. “Você percebe que não é só decoração, enfeite para incrementar o visual. Dá realmente um gostinho diferente”, observa Amanda.
“Não gosto de café, mas acho que a mistura funciona, surpreende. É um pouco amargo, mas não enjoativo”, emenda. Viciada em café, a estudante Liana Lessa adorou a novidade. “Gosto de café de qualquer jeito”, admite. Para Yuri Faulstich, as bebidas provadas no Marvin têm a consistência perfeita. “Os milkshakes de creme e morango, os mais pedidos, têm um gosto diferente. Não são enjoativos como em muitos lugares”, avalia.
O melhor do cerrado
O Franccino do Fran’s: receitas com misturas de café
A segunda estação das delícias doces foi o Nata do Cerrado, na 106 Sul. Há um mês no endereço, o aconchegante espaço ocupou o lugar da antiga sorveteria Sorbê e chamou a atenção pela inovação, apostando num cardápio temático e exótico. São sorvetes, milkshakes e cafés artesanais preparados a partir de frutas e produtos como baru (uma espécie de castanha do cerrado), jatobá, araticum, aipim, açaí, banana caramelada, tapioca e queijo coalho com mel. Como se vê, a imaginação na casa não tem limite. E o sabor também não. “São sorvetes e cafés preparados com frutas do cerrado. A nossa proposta é mostrar o quanto nossa região, assim como a mata atlântica, tem uma grande biodiversidade”, avisa o proprietário, Artur Barnabé. “Queremos fugir um pouco desse formato de fast food e dos sorvetes napolitanos apresentando alimentos saudáveis e com qualidade”, acrescenta.
Destaque, claro, para o carro-chefe da casa, que deu nome ao estabelecimento: o nata do cerrado (R$ 8). Com visual convidativo, a taça mistura sorvete de baru, café expresso, chantili e calda de chocolate. “É um preparado à base de nata, sem nenhum tipo de gordura e bastante rico em calorias”, avisa a gerente, Karina Santos. “O visual impressiona, é bem incrementado e o baru dá um sabor especial ao milkshake”, salienta a professora de inglês Amanda Carvalho. Outros atrativos do cardápio bastante apreciados pelo trio são os frappés (R$ 7). A gerente Karina recomenda o de tapioca, misturado com calda de morango, e o de capim-santo (erva cidreira), com calda de chocolate. “Chamam a atenção os sorvetes com sabores diferentes, que a gente não encontra em nenhum lugar da cidade”, diz o funcionário público Yuri Faulstich. A casa tem mais de 150 tipos de sorvetes feitos à base de água, leite e os cremosos com frutas. Além do visual e do sabor, os preços são bastante convidativos: uma bola sai à R$ 3,50 e duas, a R$ 6.
Com mistura simples de sorvete e café expresso, o afogato (R$ 8) une o quente e o frio numa mesma taça. “Esse choque entre as duas temperaturas é bem legal, dá uma sensação diferente”, comenta a estudante Liana Lessa. “Mas tem que experimentar na hora, não pode deixar derreter, senão perde a graça”, ensina. Bastante singelo, mas não menos charmoso, o café de cravo e canela (R$ 3,80) conquista o paladar com um toque especial de doce de leite. Outro atrativo é o colegial, taça que soma o sorvete da preferência do cliente – à base de água ou leite – com calda de morango ou chocolate, mais chantili, castanha-de-caju e cereja. A turma do Teste Brasília experimentou o de jabuticaba, à base de água. “O legal é que é um sorvete sem ter gosto de sorvete, parece um frozen de picolé”, compara Liana.
À moda paulistana
No Fran’s café, terceira parada do Teste Brasília, a tradição e a simpatia se misturam com a variedade de um dos mais charmosos cafés da capital. É uma franquia de uma rede paulista criada há mais de 30 anos, instalada dentro da Fnac, no ParkShopping. “O bom atendimento é a nossa especialidade”, garante a proprietária, Luciana Ribeiro.
No Fran’s, os cafés e as bebidas geladas são atrativos à parte, embutidos num sofisticado cardápio que prima pela diversidade. Refrescantes, os smoothies (R$ 8,80) de creme (sorvete de creme, abacaxi, raspas de laranja), morango (maçã, sorvete de morango e suco de laranja) e leite condensado (limão, leite, leite condensado e abacaxi) fizeram a festa dos convidados. “É a perfeição!”, empolga-se Amanda, referindo-se ao smoothie red, de morango. “A gente sente as frutinhas na boca”. Os milkshakes (R$ 11,80) também despertaram o paladar dos convidados que saborearam o de café (café expresso, sorvete de creme e cobertura de caramelo), o moca (café expresso, sorvete de chocolate e cobertura de chocolate), o de cookies (sorvete de creme com cookies) e o tradicional (morango, chocolate ou creme). “Os milkshakes são perfeitos, bem concentrados e leves”, comenta Yuri, que também aprovou os franccinos (R$ 7,20) de moca (café gelado, leite, chocolate, gelo e chantili) e café (café gelado, leite, gelo e chantili). “Não tão doces nem tão amargos. Dá para sentir direitinho o sabor do café”, completa Yuri.
Eu indico
“Escolho o Nata do Cerrado pelo conjunto da obra, pela novidade, diferencial no cardápio e pelo ambiente bastante agradável”
Amanda Carvalho, professora de inglês
“Em todos os lugares, o milkshake e os cafés estavam bons, mas indico o Nata do Cerrado pela variedade”
Yuri Faulstich, funcionário público
“Fico com o Nata do Cerrado pelo sabor e o visual das taças. Acho que o sorvete de baru casou bem com o café e o mel deu um toque todo especial”
Liana Lessa, estudante de audiovisual
Onde comer
Bebidas do Nata do Cerrado: sabores de frutas da terra
Marvin
(103 Sul, Bl. A, Lj. 2; 3223-4786)
Domingo a quinta, das 12h à 0h30; e sexta e sábado, das 12h à 1h30.
Nata do Cerrado
(106 Sul, Bl. A, Lj. 13; 3443-2961)
Diariamente, das 10h30 às 21h.
Fran’s café
(ParkShopping, na Fnac; 2105-2019)
De segunda a sábado, das 10h às 22h; e domingo, das 14h às 20h.