UFLA desenvolve projeto que capacita estudantes para atuar no mercado de cafés de alta qualidade

Intitulado de “Coffee Hunters”, o projeto desenvolvido na Agência de Inovação do Café (InovaCafé) da Universidade Federal de Lavras (UFLA) conta com o apoio do Polo de Excelência do Café

10 de novembro de 2016 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado
Por: Vanessa Trevisan (Ascom InovaCafé)

Com o objetivo de promover a troca de informações e disseminar conhecimento
sobre os cafés de alta qualidade, o projeto desenvolvido pelo professor do
departamento de agricultura da UFLA, com ênfase na área de colheita,
pós-colheita e qualidade do café, Virgílio Anastácio da Silva e pelo doutorando
do programa de pós-graduação em fitotecnia e degustador de café, Bruno Ribeiro
vem em pleno desenvolvimento na Universidade.
 
Com sua primeira
turma em andamento, o grupo é formado por estudantes de graduação do curso de
agronomia da UFLA. Os encontros acontecem a cada quinze dias onde são debatidos
de forma prática as etapas pelas quais o café é submetido e como cada processo
influencia na qualidade da bebida. No último encontro realizado no dia 01 de
novembro na InovaCafé, foram discutidas a postura na degustação, atributos de
cafés especiais, diferenciação dos produtos, os protocolos de degustação e as
normas vigentes.
 
A ideia dos tutores surgiu após perceberem a
demanda por cafés especiais, do crescente mercado que procura profissionais
diferenciados que conheçam o processo, as origens e como chegar a esse produto,
“vimos a oportunidade de trabalhar com um grupo de interessados, criamos o
projeto em parceria com eles, com cronogramas, organizações, atribuições, que
segue uma estrutura de atuação já consolidada no vinho e que vem se
concretizando cada vez mais, na cafeicultura”, comenta Bruno.



 
FUTURO PROFISSIONAL

 
De acordo com o professor Virgílio, “a principal
importância desse projeto é que esses estudantes vão ter conhecimento sobre
classificação e avaliação de qualidade de café a nível internacional, ou seja,
através do curso eles vão conhecer o protocolo da Associação Americana de Cafés
Especiais (SCAA) que é utilizado mundialmente, com a conclusão do curso eles
estarão aptos a fazer uma avaliação dos cafés a nível internacional, mediante ao
credenciamento junto ao CQI – Coffee Quality Institute”.
 
Virgílio
analisa que apesar do Brasil ser o maior produtor de café do mundo, existem
poucos provadores Q-grader (classificador de café qualificado pelo Coffee
Quality Institute (CQI) e que segue o protocolo da SCAA), hoje em dia. “Se você
visitar as cafeterias, cooperativas e produtores, eles têm uma necessidade muito
grande de profissionais nessa área, porque a maioria dos produtores vende os
seus produtos sem saber a qualidade do café que eles tem na propriedade, então
as vezes um café que teria um valor de R$ 800,00 a saca eles vendem por R$
450,00, esses estudantes dentro de pouco tempo estarão aptos a julgar esse café
e mostrar para o produtor o que eles tem na mão, de repente ele tem um diamante
que se lapidado pode virar um brilhante”, ressalta.

 
PRÓXIMOS PASSOS
 
“A nossa intenção é
trabalhar por etapas, visando o conhecimento geral de cafés “das lavouras à
xicara”, discutir as demandas nacionais e internacionais nos âmbitos desses
profissionais, nas quais os estudantes possam compreender o processo pelo qual o
produto é submetido: com anos de treinamentos, observando  as interações
entre ambientes, variedades, processos , a importância de seguir normas na
torração, a degustação, a postura profissional, temos absoluta certeza do
sucesso e inserção dos participantes nos mercados de trabalhos e ai sim,
posicionaremos a formação de um novo grupo. Compreender os aspectos relacionados
a qualidade de cafés, demanda de estudos, foco, atitudes, sintonia do grupo e
com toda a certeza, o fortalecimento do conhecimento será com o tempo e
afinidade com os assuntos”, explica Bruno, ressaltando que a intenção dos
tutores é  de ofertar novas turmas onde as vagas serão abertas para as
pessoas que tenham interesse no café, não necessariamente pessoas ligadas a
agronomia, mas pessoas que querem fazer o diferencial como os filhos de
produtores, o próprio produtor ou pessoas ligadas ao ramo cafeeiro que queiram
se aprofundar sobre o assunto, “mas tudo isso só será possível após firmamos
parcerias para dar força ao projeto, daí projetamos novos grupos fortalecendo o
mercado”, pontua.

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