Turismo ecológico em Pindamonhanga

O ciclo do café extinguiu-se no final da década de 20, não tendo resistido aos golpes produzidos pela exaustão das terras, à libertação dos escravos e à crise econômica mundial.

20 de outubro de 2005 | Sem comentários Especiais Mais Café
Por: Jornal de Piracicaba

Considerada a “Princesa do Norte”, Pindamonhangaba situa-se no centro geográfico do Vale do Paraíba, cercada por ramificações da Serra do Mar – Serra do Quebra Cangalha – e da Mantiqueira, paisagem ideal para o turismo ecológico. A ocupação da área onde está situado o município data do final do século 16 e não se sabe exatamente porque o local passou a se chamar Pindamonhangaba, nome indígena que significa “lugar onde se fazem anzóis”. Fica distante 150 quilômetros da capital paulista.


Foi por volta de 1680, quando Pindamonhangaba já era um povoado, que foi construída a Capela de São José, erguida pelos irmãos Antonio Bicudo Leme e Braz Esteves Leme. Em 1705, o povoado tornou-se uma vila, emancipando-se de Taubaté, município até antes vinculado. Durante o século 18, em Pindamonhangaba desenvolveu-se a atividade agropastoril, com predominância da cultura de cana-de-açúcar e a produção de açúcar e aguardente, em engenhos.


A cidade viveu sua melhor fase e se destacou no cenário nacional durante o ciclo do café, a partir de 1820, tornando-se um grande centro cafeeiro apoiado pelas terras férteis e pela mão-de-obra escrava. Nessa época, foram construídos os Palacetes 10 de Julho, Visconde da Palmeira e Tiradentes, a Igreja São José e a Matriz Nossa Senhora do Bom Sucesso, ainda hoje marcos da riqueza trazida pelo café.


O ciclo do café extinguiu-se no final da década de 20, não tendo resistido aos golpes produzidos pela exaustão das terras, à libertação dos escravos e à crise econômica mundial. A partir daí, a economia de Pindamonhangaba passou a se apoiar na constituição de uma importante bacia leiteira, em extensas culturas de arroz e na produção de hortigranjeiros. Foi uma época de pequeno crescimento econômico, que se estendeu até o final da década de 50, quando o município entrou no ciclo pré-industrial. De 1970 a 1985, Pindamonhangaba viveu uma fase de crescimento industrial extremamente acelerado, que mudou profundamente a face do município

TURISMO – Entre matas, rios, cachoeiras e pastos existem verdadeiros paraísos desconhecidos pela maioria dos moradores da cidade. Dezenas de pontos turísticos estão espalhados pela zona rural do município, dentre eles fazendas, restaurantes, pesqueiros, reservas ecológicas e templos religiosos.
A Reserva Ecológica Municipal do Trabiju é um dos mais belos redutos ecológicos do Vale do Paraíba. Ao redor de uma bela cachoeira, abriga espécies raras da flora, entre eles angico-branco, embaúba, guarantã, peroba , jaborandi, palmito, samambaia; e da fauna, como quati, tatu, macaco, onça, paca, porco do mato, maritaca, periquito.
A lei nº 1.627, de 27 de junho de 1979, criou e denominou “Reserva Florestal do Trabiju” toda a área compreendida pela Fazenda Represa, de propriedade do município, localizada no bairro denominado Trabiju , a cerca de 16 quilômetros do centro de Pindamonhangaba. A lei proíbe desmatar qualquer parcela daquela propriedade e retirar espécimes da fauna e da flora existentes naquela mata.
Aproveitando um trecho calmo do rio Piracuama, nos contra fortes da Serra da Mantiqueira, à margem da rodovia que liga Pindamonhangaba a Campos do Jordão, a Estrada de Ferro Campos do Jordão criou, em 1970, o Balneário Reino das Águas Claras. Lá integram-se bela paisagem, ar puro, águas límpidas, natação e, além disso, folclore e cultura. O rio Piracuama, cujo significado indígena quer dizer cova de peixes, desconhece praticamente a poluição e é formado por riachos de águas frias e cristalinas oriundas das vertentes da Mantiqueira. Ao atingirem a planície do Vale do Paraíba, reúnem-se para formar o rio Piracuama.
A área possui 21.311 metros quadrados e chama-se “Reino das Águas Claras” numa referência à obra literária do escritor Monteiro Lobato. Por este mesmo motivo, o parque foi decorado com escultura em cerâmica artística dos personagens do Sítio do Pica-Pau-Amarelo. Os artesãos José Pyles, Alarico Corrêa Leite e José Ferreira modelaram as figuras que são uma homenagem espontânea ao escritor que viveu na região, além de uma forma de colocar as crianças em contato com os personagens e sua história. No Balneário há restaurante, vestiário, guarda-volumes, parque infantil, churrasqueiras e quiosques.

NOVA GOKULA –- A Comunidade Rural do Movimento Hare-Krishna Nova Gokula está localizada em um lindo vale, na região de Ribeirão Grande, no município de Pindamonhangaba. Dominando a paisagem, estende-se a Serra da Mantiqueira, com cachoeiras que descem de altos picos e formam o rio que corta a fazenda Nova Gokula. Em meio a um verdadeiro paraíso ecológico, Nova Gokula integra a área de proteção ambiental da Serra da Mantiqueira.
A Nova Gokula oferece aos visitantes opções de passeios monitorados em trilhas e hospedagem em pousadas, em eventuais chalés ou ainda numa área de camping à beira do rio. Para refeições, há comidas vegetarianas na lanchonete e no restaurante da fazenda. O Restaurante Gokula tem uma arquitetura que se destaca e, em seu interior, as mesas e cadeiras são todas feitas artesanalmente.

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