AGRONEGÓCIOS
15/08/2007
Turbulência respinga em commodities
Mônica Scaramuzzo
Apesar de os fundamentos se manterem altistas para os grãos (soja, milho e trigo), negociados na bolsa de Chicago, e para boa parte dos produtos agrícolas transacionados em Nova York, as commodities agrícolas começam a sentir os efeitos das turbulências internacionais provocadas pela crise no segmento de hipotecas “subprime” dos EUA.
A queda dos preços das commodities agrícolas reflete em parte a fuga dos fundos internacionais de suas posições, afirma Vinícius Ito, da Fimat Futures, corretora sediada em Nova York. Ontem, os preços do milho e da soja caíram em Chicago, o trigo, contudo, teve forte alta. “Nos últimos 18 meses esses fundos mais que dobraram suas posições em commodities agrícolas”, diz Ito. Segundo ele, a demanda por etanol tem impulsionado os preços do milho e os baixos estoques, elevado as cotações do trigo. Na bolsa de Nova York, café, cacau e algodão recuaram.
Para José Carlos Hausknesht, analista de commodities da MB Associados, os fundamentos para os agronegócios não mudaram. “A turbulência macroeconômica só terá um efeito mais negativo para as commodities agrícolas se a crise atingir a China, um dos maiores importadores mundiais.” Segundo ele, o que se vê no momento são movimentos especulativos. “A forte queda do petróleo também pode trazer efeitos negativos.”