Os cenários promissores que se desenham para as culturas de café, cana e citros estão longe de salvar todo o mal instalado pela crise na atividade de soja. A afirmação é de Jasp Pedroso Júnior, gerente de cultivos extensivos de citros e café da Basf S.A. A multinacional de origem alemã reuniu mais de uma centena de técnicos e produtores de café, ontem, em Ribeirão Preto, para lançar o fungicida Cantus.
Segundos dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Vegetal (Sindag), enquanto o setor de soja gastou em defensivos químicos um total de US$ 2,2 bilhões em 2004 – antes do aprofundamento da crise, portanto -, os produtores de café desembolsaram, no mesmo ano, somente R$ 134,5 milhões. É bom lembrar que a inadimplência dos sojicultores é elevada, chegando a 25% para o setor de sementes, o que certamente afetará o resultado de vendas de defensivos em 2005, ainda não divulgado pelo Sindag.
Com relação ao citro, o gerente da Basf acha que “o setor está saindo do fundo do poço”. Segundo Pedroso, a expectativa de surgir uma nova modalidade de acordo entre indústrias e produtores rurais, além dos sucessivos recordes de preços do suco congelado nas bolsas internacionais projetam um cenário positivo para a atividade. “As vendas de defensivos da Basf para a citricultura neste ano estão US$ 1 milhão acima do ano passado”, informa.