Feriado põe polícia rodoviária em alerta, pois, além dos buracos e da falta de sinalização em muitos trechos, há perigo nas pontes: duas estão interditadas e uma caiu no Sul do estado
Pedro Ferreira
Além dos buracos e da falta de sinalização nas estradas, o motorista que viaja por Minas corre perigo ao atravessar as pontes, principalmente quem transporta cargas . Duas estão interditadas, outras quatro podem ser usadas com limitação de peso e uma caiu, dificultando o acesso a várias cidades do Sul do estado. Com o feriado de Sete de Setembro, quinta-feira, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) recomenda cuidado redobrado, pois há também previsão de chuvas.
Das 970 pontes em rodovias federais no estado, 20 têm mais de 50 anos, apresentam problemas aparentes na estrutura e vão passar por uma vistoria técnica, informou o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit), que inclui na lista 119 travessias de outros estados.
O superintendente-adjunto do Dnit em Minas, Álvaro Campos de Carvalho, disse que a inspeção será feita a médio prazo. “O Dnit fez um levantamento de todas as pontes em estradas federais no país e estamos contratando a vistoria em 139. É um trabalho preventivo, pois há alguns problemas aparentes. Vamos melhorar a geometria de algumas, com possíveis alargamentos”, garante.
Em Minas, segundo ele, duas pontes federais estão sendo usadas com limitação de carga e serão recuperadas. Uma delas é na BR-153, sobre o Rio Paranaíba, em Araporã, no Triângulo Mineiro, na divisa com Goiás, e suporta no máximo 40t. Também na BR-153, uma ponte sobre o Córrego Boa Vista está interditada, perto no entroncamento com a BR-365, para Ituiutaba. Um desvio foi construído. A nova estrutura vai custar R$ 800 mil, diz Carvalho. Na BR-259, perto de Aimorés, no Vale do Rio Doce, uma ponte suporta no máximo 20t. “É uma ponte ferroviária antiga aproveitada na rodovia. Há licitação para construção de uma nova, com investimento de R$ 4 milhões”, afirma o superintendente-adjunto do Dnit.
O Viaduto Vila Rica, na BR-040, conhecido como Viaduto das Almas, não tem problema estrutural, mas oferece risco por ser antigo, estreito e em curva. De acordo com Carvalho, a obra para construção de uma nova travessia já foi contratada, num investimento de R$ 27 milhões. Acrescentou que uma série de fatores compromete a estrutura das pontes, como excesso de carga, desgaste do tempo, enchentes e até freadas bruscas.
ANTIGAS Algumas pontes estaduais também são antigas, apresentam problemas e estão sendo recuperadas, informa o Departamento de Estradas de Rodagens (DER-MG). A interdição de uma travessia no Sul de Minas , quinta-feira, vem causando transtorno para moradores de Pedralva, São José do Alegre e Piranguinhos, que são obrigados a enfrentar poeira e buracos nos 20 quilômetros de desvio. A travessia, que fica sobre o Rio Sapucaí, no km 0,4 da MG-347 — estrada que liga o entroncamento da BR-459 a Carmo de Minas —, está com os pilares comprometidos. O fechamento foi recomendado pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) e o governador Aécio Neves (PSDB) decretou situação de emergência na rodovia.
O DER-MG explica que a ponte da MG-347 estava sendo observada há um ano, e que havia pequenas deformações que não afetavam sua estrutura. Há uma semana, um pilar cedeu em outro trecho da ponte, que tem 98 metros de extensão. Os técnicos estão fazendo um projeto de recuperação e não há previsão de início das obras.
Em Carmo de Minas, uma outra ponte de 61 metros de extensão, sobre o Rio Verde, caiu há um mês. A travessia, em concreto, foi construída em 1951. O prefeito de Carmo de Minas, Yuri Vaz (PMDB), reclama que o escoamento da produção de café e leite está sendo prejudicado. O desvio, para quem sai de Soledade de Minas para Carmo de Minas, é de 30 quilômetros.
Outras duas pontes em estradas mineiras estão comprometidas, segundo o DER-MG. Uma fica sobre o Rio Turvo, na MG-050 — e que já está sendo recuperada, numa parceria do governo de Minas e Furnas — e a outra na MGT-259, sobre o Córrego Brejaubinha, na região de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce.
Em agosto, a MGT-367, uma das ligações entre o Vale do Jequitinhonha e Belo Horizonte, foi interditada entre Diamantina e Couto de Magalhães de Minas, para reparos na ponte sobre o Rio Jequitinhonha. Em dezembro do ano passado, outra ponte foi interditada no km 659 da BR-135, em Curvelo, na região Central, por apresentar problemas na estrutura. As duas travessias já estão recuperadas.