Brasília – A nova Transnordestina integra o Plano de Revitalização de Ferrovias, lançado em 2003 pelo governo federal com o objetivo de reequilibrar a matriz de transporte de cargas do país. De acordo com o Ministério dos Transportes, mais da metade da carga brasileira (63%) segue por rodovias.
Cerca de 24% da carga do país é transportada por ferrovias e 13% por hidrovias. O desequilíbrio, segundo estimativas da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), resulta em um gasto extra anual de US$ 1 bilhão, principalmente no transporte de produtos de mineração, siderurgia e agronegócio.
“O Plano de Revitalização de Ferrovias faz um diagnóstico e aponta alternativas, É mais um plano indicativo do que um plano de governo”, explicou José Augusto Valente, secretário de Política Nacional de Transportes, em entrevista exclusiva à Agência Brasil.
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Esse diagnóstico indica as obras necessárias para o aumento da oferta de transporte ferroviário de cargas e para a integração da malha entre si e com as outras alternativas de transporte, como forma de reduzir custos. “Estamos trabalhando fortemente na readequação da matriz de transportes. Queremos aumentar as alternativas e nossa política é aumentar a oferta ferroviária e as portuárias”, afirmou Valente.
O programa de revitalização prevê ainda a implantação de trens turísticos, com preservação histórica e cultural e fomento ao turismo interno. De acordo com o secretário, entre os projetos prioritários, além da nova Transnordestina, estão a conclusão da Ferrovia Norte-Sul, a construção do Anel Ferroviário de São Paulo e a construção da Ligação Guarapuava – Ipiranga, no Paraná, na malha sob concessão da América Latina Logística (ALL).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anuncia hoje (25) em Fortaleza a construção da nova Transnordestina. Toda a obra envolve investimentos de R$ 4,5 bilhões, dos quais R$ 3,95 bilhões de financiamentos do governo federal. O projeto original da Transnordestina foi iniciado em 1990 e paralisado no final de 1992, segundo o Ministério dos Transportes.