Tradição em café cafeteria que existe na Savassi desde 1977.

10 de agosto de 2007 | Sem comentários Cafeteria Consumo
Por: 10/08/2007 06:08:24 - Hoje em Dia

Coluna de Rusty Marcellini

Tão logo um cliente se aproxima do balcão, Poliana o cumprimenta pelo nome. Alerta, a prestativa funcionária sabe de cor o pedido de muitos: «cafezinho », «Expresso com creme », «E hoje a broa vai ser com ou sem polenguinho ».

O tratamento diferenciado é apenas uma das várias qualidades do Boca de Pito, cafeteria que existe na Savassi desde 1977.

Geraldo Magela – ou Geraldinho, como todos o conhecem – é o responsável pela história do Boca de Pito. Sempre pensando para frente (talvez uma conseqüência dos inúmeros cafezinhos que toma por dia), o proprietário da cafeteria foi quem primeiro serviu em Belo Horizonte um cafezinho numa xícara de porcelana. Geraldinho relembra que, há 30 anos, havia apenas lanchonetes, não cafeterias.

Naquela época, os funcionários pescavam com uma pinça o copo lagoinha dentro de uma pia com água fervente, o colocavam sobre um pires de alumínio junto da colher longa e fina e, depois, serviam o café. «Mal dava para segurar o copo de tão quente», conta. Foi ele quem também serviu o expresso inaugural na cidade e fez o primeiro espiral de chantilly sobre um cafezinho.

Nostálgico, Geraldinho busca na memória a Savassi do final dos anos 70. «Havia a banca de frutas na esquina da Pernambuco com a Tomé de Souza, o Bobtostes, a coxinha com Catupiry do Doce Docê. Ah, e naquele tempo todos tinham medo de ar-condicionado».
A primeira Boca de Pito surgiu na Antônio de Albuquerque. Em 1983, com a inauguração do 5ª Avenida, uma nova cafeteria surgiu no local. Ao longo das últimas décadas, quase todas as lojas da galeria mudaram de nome, de dono, de CNPJ. Apenas, no máximo, uma meia dúzia continua ali, dentre as quais, o Boca de Pito.

Geraldinho conta que na época da alta do café, no final de 1985, teve uma idéia que o ajudou em meio à crise. Com o aumento do preço da saca de grãos, ele inovou ao servir mini-cafezinhos. Além das doses de 50 ml, o Boca de Pito passou a oferecer xicrinhas de 25 ml. O sucesso lhe rendeu até matéria de capa no jornal O Globo.
Geraldinho sabe que não basta ter boas idéias. É preciso também que o café seja da melhor qualidade. Seus grãos vêm da Cooperativa de Guaxupé (Cooxupe). Além do tradicionalíssimo cafezinho de coador (algo que vem se tornando raridade nos dias de hoje), o Boca de Pito oferece ainda o expressinho (R$ 1,50), o expresso (R$ 2). Todos podem ser acrescidos de creme (R$ 1,20).

Para acompanhar a bebida, há pão de queijo (R$ 1,20) que pode ser recheado com polenguinho (R$ 1,50), broa (R$ 1,20) e mussarela de búfala espetada no palito (R$ 2,80). Esta última opção é ideal para quem tem pressão alta, uma vez que o queijo não é salgado.
Apesar das inúmeras cafeterias existentes na Savassi, poucas são aquelas que preservam a tradição do cafezinho em pé no balcão. No Boca de Pito, as conversas parecem fluir sem percalços, o ambiente é alegre e descontraído, e senhores «batem o ponto» todos os dias. Ali ainda há funcionárias como Poliana que, enquanto um freguês dá um brilho no sapato no polidor junto à entrada, prepara o café do «jeitim» que ele gosta.


Dica


Acontece amanhã, dia 11 de agosto, o Tainha com Sardinha. Para participar, é necessário adquirir um vale-camiseta (R$ 15) no Bar do Primo. No dia do evento, o vale, junto de 2 kg de alimentos não perecíveis, deverá ser trocado pela camiseta que dará acesso ao local. Toda a renda arrecadada será destinada a Leuceminas – instituição de combate ao câncer infanto-juvenil. Cada participante poderá saborear tainha assada, o escabeche de sardinha, saladas, e macarrão na chapa.

Tainha com Sardinha 2007
Dia 11 agosto, das 13 às 19 horas
Local – Rua Aimorés, em frente ao Bar do Primo
Informações – (31) 3342-3452


Caros leitores, se vocês tiverem dicas deliciosas (ou até críticas) não hesitem em me contactar via e-mail: rustymarcellini@hotmail.com


 

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