Produtores de café do Sul de Minas Gerais estão investindo em máquinas para dar conta da colheita, que começou atrasada. O trabalho avança pela noite, conforme noticiou o Globo Rural.
É uma corrida contra o tempo. O produtor do Campo do Meio, Evânio Machado, investiu cerca de R$ 500 mil na colheitadeira e espera colher três mil sacas em apenas um mês. A máquina pode funcionar 24 horas. “A gente costuma trabalhar até meia-noite”, contou.
Por causa da falta de chuva entre os meses de março e outubro do ano passado, a florada veio mais tarde e os grãos amadureceram depois. Algumas fazendas da região atrasaram a colheita em até 30 dias.
Se a colheita fosse manual o trabalho demoraria até três meses. Os últimos grãos colhidos se misturariam com a primeira florada e a safra de 2009 ficaria comprometida.
O produtor João Rocha também investe na terceira jornada de trabalho. Três funcionários ficam até às 22hs para agilizar a colheita. Ele exporta até 80% da produção de cerca de duas mil sacas. Cada grão que fica no pé além do tempo, significa perda na qualidade. “E o café já começa a passar do estágio de maduro e depois para seco. Então, ele cai. Se ele cair, a qualidade cai junto”, explicou.
O operador de máquina Carlos Roberto tem quase 20 anos de experiência na colheita manual e começou a operar a colheitadeira há apenas um mês. “Eu acho a noite melhor do que o dia por causa do sol”, disse.
Segundo a Conab, a produção de café em Minas deve ser de 23 milhões de sacas, quase a metade da produção brasileira.