Trabalho nos cafezais

Por: CNC

Trabalho nos cafezais
Globo Rural
05/07/2010


A colheita do café está movimentando o comércio das cidades do sul de Minas Gerais. Milhares de pessoas são contratadas, de várias partes do país, para trabalhar nas lavouras. No município de Cabo Verde, por exemplo, cinco mil apanhadores chegaram para a safra.
 
É o canto da alegria e também da saudade. O grupo que trabalha na fazenda em Cabo Verde é do Estado de Alagoas, a mais de dois mil quilômetros de Minas Gerais.
 
Para garantir um bom salário a rapidez conta muito. “Se trabalhar devagar ganha pouco. Tem que fazer uma média para sair uma diarinha boa”, disse o trabalhador rural Jailson dos Santos.
 
É a colheita do principal produto agrícola da região que atrai tanta gente de longe. “Eu acredito que o sul de Minas esteja importando nesse momento cerca de 800 mil pessoas de vários Estados do Brasil”, calculou Gilson Ximenes, presidente do Conselho Nacional do Café (CNC).
 
Em outra fazenda, das 300 pessoas contratadas nesta safra, duzentas vieram de fora. “O pessoal vem durante esse período e tem um ganho efetivo de R$ 800 a mil reais em média”, explicou o agricultor Eduardo Lima de Sousa.
 
Mas nem todo o dinheiro que os apanhadores recebem com a colheita é levado para as cidades de onde vieram. Uma parte fica no sul de Minas. Por isso, nessa época os comerciantes da região esperam um faturamento maior. Afinal, tem mais gente circulando pela região.
 
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Cabo Verde, o município de 14 mil habitantes recebe neste período mais cinco mil pessoas. “No começo da safra já vem com destino certo. Eu imagino que eles gastem em torno de 30% de seu salário no comércio local”, explicou o presidente do sindicato Reginaldo Roberto da Silva.
 
Para atender aos consumidores o dono do supermercado já teve de reforçar o estoque de alimentos. “Aumenta em torno de 50% a 60% as vendas. Nossa esperança é vender bastante para poder passar a outra temporada fraca”, disse Cláudio Siqueira, dono do supermercado.
 
No final de semana dobra o movimento de hóspedes na pousada. “Eles querem vir se divertir, passear e fazer compras. De madrugada, eles não têm como voltar para a roça e se hospedam na pousada”, contou Zeferino Andrade Melo, gerente da pousada.
 
Já o trabalhador rural Deusdeti José da Silva prefere economizar. “Juntando para casar. Comprar minha aliança e fazer meu casamento no norte, com fé em Deus\”, planejou.
 
De acordo com o Sindicato Rural de Cabo Verde, os trabalhadores de outras regiões devem ficar no município até agosto, quando termina a colheita do café.
 
Assista, abaixo, à reportagem do Globo Rural.

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