Por Fernanda Bolzan
A Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg) se reúne hoje, a partir de 9h, com o delegado regional do Trabalho do Estado, Carlos Alberto Menezes Calazans, subdelegados de Uberaba e Uberlândia, Ronaldo dos Reis Ferreira e Sebastião Alves Filho, e com o procurador do Ministério Público do Trabalho, Fábio Lopes. O objetivo é cobrar dos órgãos públicos maior fiscalização no que se refere ao trabalho no setor da cana-de-açúcar e café. “Nós sabemos, devido à denúncia de muitos trabalhadores, que a situação de trabalho nesses locais é precária, inclusive com inúmeros casos de trabalho escravo, prática ainda existente na nossa região”, afirma o diretor da Fetaemg regional, José Divino.
Além disso, a falta de equipamentos de proteção, não-cumprimento dos acordos trabalhistas, a não-responsabilidade do empregado com o transporte do trabalhador, excesso de trabalho e carga horária, entre outros assuntos, serão abordados no encontro. “Ficou provado que mais de 13 trabalhadores morrem por ano por excesso de trabalho, algo que nós lutamos para que não aconteça”, ressalta.
As pautas do dia foram discutidas na tarde de ontem com os sindicatos de trabalhadores do setor do Triângulo Mineiro e Vale do Paranaíba, onde foram pontuadas as principais questões que afligem esse segmento. Divino destaca que, em toda região, são hoje mais de 30 mil trabalhadores no setor canavieiro, o mais desprotegido no que se refere à estrutura e condições de trabalho. “Uberaba nunca pagou tanto pelo álcool e isso não costuma refletir na qualidade de vida que o empregador oferece ao trabalhador”, pondera. Por isso, a federação defende maior fiscalização e punição em casos de descumprimento de ações que procurem proteger a dignidade desses trabalhadores, muitos deles sem benefícios mínimos, como carteira assinada e estrutura de trabalho. Além de todas as autoridades presentes, o presidente da Fetaemg, Vilson Luiz, participará das negociações