Total de negócios na Agrishow deve despencar sem gigantes

30 de abril de 2009 | Sem comentários Comércio Empresas
Por: DCI

AGRONEGÓCIOS
30/04/2009
 
Total de negócios na Agrishow deve despencar sem gigantes
 
 
Priscila Machado
RIBEIRÃO PRETO – Sem a presença das grandes montadoras de tratores, o volume de vendas da Agrishow pode cair 48,25% em 2009, de R$ 800 milhões para R$ 486 milhões. Das quatro instituições financeiras que participam da feira, as maiores retrações no montante gerado a partir do evento partem do Banco do Brasil (BB) e do Bradesco, responsáveis também pelo maior volume de financiamento. A Nossa Caixa, que ano passado movimentou R$ 63 milhões, não quis divulgar nenhuma previsão.


O volume de negócios movimentado pelo BB, que em 2008 foi da ordem de R$ 340 milhões, deve variar este ano entre R$ 170 milhões e R$ 180 milhões. No entanto, Almir Ferreira Alexandre, gerente de Mercado do banco, ressalta que o volume de financiamento vai cair, mas o número de propostas de crédito irá subir. Isso porque, segundo ele, houve mudança no perfil do tomador de crédito. “O pequeno produtor não vem mais para a feira só para olhar. Agora ele está comprando”.


A assessoria do Bradesco informou ao DCI que também reviu sua estimativa, que inicialmente era de movimentar R$ 386 milhões, mesmo volume do ano passado, para R$ 193 milhões.


Por conta da ausência das grandes montadoras, o Santander, que não trabalha com a linha do governo Mais Alimentos, também deve registrar um valor muito abaixo do apresentado em 2009, de R$ 90 milhões para R$ 50 milhões. “A gente percebe uma menor velocidade nos negócios. Os números da Anfavea [Associação Nacional dos Fabricantes Veículos Automotores] já mostram uma mudança de cenário”, afirmou Walmir Fernandes Segatto, superintendente de Agronegócios do Santander.


Diante do cenário de crise financeira, as multinacionais que trabalham com grandes volumes e têm seu público-alvo formado por exportadores devem sucumbir e registrar perdas consideráveis até o fim de 2009. Por outro lado, as montadoras de menor porte que participam este ano da feira comemoram as vendas e ampliam a sua capilaridade no País.


A empresa gaúcha Green Horse vendeu nos dois primeiros dias da Agrishow mais máquinas que em toda a edição passada. Além disso, até o final do evento a fabricante espera ampliar de 70 para 80 o número de revendas na linha de distribuição em todo o Brasil. Com tratores até 40% mais baratos que a média das máquinas fabricadas no País, a companhia já começa a sentir a concorrência com as multinacionais. “As grandes montadoras perceberam que estavam perdendo um nicho que para elas era um segundo mercado. Agora elas também estão barateando”, disse Anderson Rodrigues, superintendente da Green Horse na Região Sudeste.


Para ampliar sua atuação no mercado, a companhia está nacionalizando sua produção em mais de 60%, mínimo exigido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para participar das suas linhas de financiamento. O restante continua sendo importado da empresa Yueda, uma estatal chinesa. O modelo escolhido para iniciar o projeto é o trator 454 compact, que possui 45 cavalos e é voltado para a cultura do café.


A mudança gerou um aumento no custo e, consequentemente, no valor de comercialização dos tratores, que passaram de R$ 48 mil para R$ 56 mil. A Green Horse acredita que a alta não deve inibir o crescimento de suas vendas, que no ano passado superaram a marca de mil tratores. Em 2009, a empresa deve fazer suas primeiras exportações. Durante a Agrishow já estão sendo fechados contratos com compradores da Argentina, Colômbia e Portugal.


A Tramontini é outra fabricante de tratores que projeta mais negócios. Segundo Júlio Cesar Cercal, gerente comercial da empresa, está previsto para a atual edição da feira um aumento nos negócios de 40% em relação aos anos anteriores. “Os vendedores estão tendo mais condições de apresentar os produtos aos visitantes”, disse. “É uma janela que se criou”, completou Cercal.


Para Gilberto Junqueira Zancapé, presidente da Landini, montadora de tratores, e da Montana, do setor de pulverizadores, ainda que saiam poucos negócios da feira, qualquer resultado deve ser comemorado. “Estamos sendo privilegiados pela ausência das grandes”, afirma o executivo da Landini.


Sem a presença das grandes montadoras de tratores, o volume de vendas da Agrishow pode cair 48,25% em 2009 – dos R$ 800 milhões de 2008 -, para R$ 486 milhões. Dos 4 bancos que participam da feira, a maior retração no montante gerado a partir do evento parte do Banco do Brasil (BB) e do Bradesco, responsáveis também pelo maior volume de financiamento. O volume de negócios movimentado pelo BB, que em 2008 foi da ordem de R$ 340 milhões, deve variar este ano entre R$ 170 milhões e R$ 180 milhões. Já o Bradesco reviu sua estimativa, que inicialmente era de movimentar R$ 386 milhões, mesmo volume do ano passado, para R$ 193 milhões. O Santander calcula que seus negócios cairão de R$ 90 milhões, para R$ 50 milhões.

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