A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) comemora hoje, 19 de
agosto de 2009, os 20 anos do Selo de Pureza Abic, certificação pioneira que
resgatou a credibilidade do café produzido no País. Foi nesta data, em 1989, que
o selo foi lançado publicamente, no Rio de Janeiro (RJ), durante um jantar
comemorativo que marcava a troca de diretoria da Abic, de Carlos Barcelos para o
então novo presidente, Ewaldo Wachelke. Estava presente no evento também Jório
Dauster, presidente na época do extinto Instituto Brasileiro do Café (IBC), que
apoiou a iniciativa da Abic desde o início.
Nathan Herszkowicz,
atual diretor executivo da Abic, explica como surgiu o selo: “Na época o IBC já
passava por um processo de autoenxugamento. A fraude existia e precisava ser
controlada. Então Jório Dauster, que era um grande entusiasta da iniciativa,
transferiu para a Abic, por meio de um ato legal, a responsabilidade de
fiscalizar a qualidade do produto no mercado”.
A fraude consistia
em colocar outras substâncias no café que não fossem o grão puro, tanto com a
adição de subprodutos, como a casca do grão, quanto de outras substâncias, como
cevada e soja. Para Nathan, “O grande mérito do IBC e da Abic foi assumir para
si a responsabilidade de combater essa fraude em nome da preservação do consumo,
que estava diminuindo em resultado da má qualidade do produto que era oferecido
ao consumidor. O programa interrompeu a curva de queda e a partir daí ampliou
continuamente o consumo interno de café”.
O projeto começou com
220 empresas, estando entre elas marcas consagradas no mercado brasileiro como
Pilão, Café do Ponto, Melitta, Café Brasileiro, Café São Braz, Café Campeão,
entre outras. Nesses 20 anos a Abic já investiu cerca de R$ 30 milhões, obtidos
por contribuição dos próprios associados, e hoje são 420 industriais vinculados
à Abic. Todos fazem parte do programa, obrigatoriamente, o que significa dizer
que quase 70% do café industrializado no Brasil têm o Selo de Pureza (cerca de
12 milhões de sacas).
Fazem parte do programa, ainda, quatro
laboratórios credenciados para a análise de amostras de café, tanto de
associados da Abic como de outras empresas. São mais de 2.000 amostras
examinadas por ano, que atestam que mais de 95% da fraude são de empresas
não-associadas. Quando é identificada uma fraude, a empresa é denunciada ao
Ministério Público, à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e ao
Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor (Procon). No caso dos associados
da Abic, o descumprimento das normas leva ainda a diversas penalizações
internas, que vão desde advertências à suspensão da permissão para uso do selo e
até exclusão dos quadros da associação.
O consumidor que opta por
adquirir um produto com essa certificação, segundo Nathan, tem a certeza de
estar consumindo um produto com pureza e que não oferece risco à saúde.