15/01/2010
O Brasil vai doar 15 milhões de dólares (26,5 milhões de reais) como ajuda às vítimas do terremoto no Haiti, segundo o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim.
O Itamaraty havia confirmado a doação de 10 milhões de dólares, mas segundo o chanceler, o valor será maior. Ele disse que parte da verba sairá dos cofres do Itamaraty e não especificou de onde sairá o restante. Frisou também que será a maior ajuda já dada pelo país, superior aos 10 milhões destinados aos palestinos em ocasiões anteriores, como após o último ataque israelense à Faixa de Gaza, pouco mais de um ano atrás.
O Brasil também vai doar 14 toneladas de alimentos, transportadas em oito aviões. Um deles, um C-130 Hércules, seguiu de Brasília rumo a Porto Príncipe na manhã de hoje (13), com açúcar cristal, embutidos, sardinha e água.
As doações fazem parte dos estoques adquiridos pela CONAB (COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO) e ficam no Armazém de Ajuda Humanitária Internacional, inaugurado recentemente no aeroporto Antonio Carlos Jobim, o Galeão, no Rio.
Celso Amorim reconheceu que há dificuldades em repassar os recursos e distribuir os alimentos e a água. “Há dificuldades em entrar em contato com as autoridades haitianas. Não foi possível até o momento expressar o nosso engajamento para ajudar o povo haitiano”.
Há 1.310 brasileiros no Haiti, dos quais 1.250 são militares servindo nas forças de paz da Organização das Nações Unidas, segundo o Itamaraty.
Um avião da Força Aérea Bolivariana da Venezuela partiu na manhã de hoje rumo a Porto Príncipe, com 50 médicos e especialistas em resgates e 14 toneladas de remédios, alimentos, água e ferramentas para socorrer as vítimas.
Da parte argentina, um hospital militar comandado por tropas do país que estão com a missão de paz da ONU tinha atendido 850 feridos até o final da tarde. O governo criou um gabinete de crise, formado por quatro ministérios, para coordenar o envio de ajuda humanitária.
A guarda litorânea dos Estados Unidos enviou quatro navios e um avião de carga ao Haiti para oferecer ajuda humanitária. O Comando Unificado Sul, por sua vez, com sede na Flórida, indicou que mandará uma equipe de 30 pessoas ao Haiti “para apoiar os esforços de socorro americanos”.
A equipe militar, que chegará hoje a bordo de dois aviões C-130 Hercules, inclui engenheiros, planejadores de operações e especialistas em comando, controle e comunicações. O presidente Barack Obama prometeu apoio total.
O governo do México enviará ao Haiti “o mais rápido possível” um grupo de médicos e especialistas em avaliação de danos e emergências, além de cães treinados em busca e resgate de pessoas. E o Canadá deve mandar 5 milhões de dólares (8,8 milhões de reais).
O governo chileno enviará um avião com 12 toneladas de alimentos e três de remédios, além de médicos, membros das forças de segurança e cães adestrados em busca de desaparecidos.
O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, afirmou que os 403 voluntários cubanos que trabalham no Haiti estão “bem” e anunciou que o país enviará material de emergência e mais agentes de saúde para auxiliar as vítimas do terremoto. Ele contou que os voluntários estão trabalhando em “dois hospitais cubanos de campanha” e já atenderam 676 feridos.
Também decolarão nas próximas horas aviões enviados pelos governos de Colômbia, Peru e Equador, todos com profissionais e materiais de primeira necessidade.
A União Europeia anunciou o envio de 3 milhões de euros (cerca de 7,6 milhões de reais) para ajudas imediatas na região. Posteriormente, poderão ser mandadas novas remessas de dinheiro.
Na presidência temporária da comunidade, a Espanha, além de coordenar esse envio, vai mandar 50 toneladas de produtos de primeira necessidade, como remédios e alimentos.
A CEI (Conferência Episcopal Italiana) anunciou que enviará 2 milhões de euros (cerca de 5,1 milhões de reais). Essa verba, ressaltou a CEI, provém dos fundos derivados do “oito por mil”, a parcela do imposto sobre a renda das pessoas físicas que o Estado italiano põe à disposição da Igreja.
Por sua vez, o governo italiano decidiu destinar um milhão de euros para as entidades internacionais que ajudam os desabrigados.
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, afirmou que deu instruções para enviar pessoal e ajuda humanitária ao país para “participar dos trabalhos de salvamento da população local, localizar e ajudar, caso necessário”, os franceses desaparecidos. Dois aviões franceses partirão para o Haiti com pessoal e ajuda humanitária.
O presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, ordenou o envio ao Haiti de um avião de transporte com um hospital de campanha, alimentos e remédios para as vítimas do terremoto.
O FMI (Fundo Monetário Internacional) disse que vai ajudar o país de todas as formas possíveis, enquanto a ONU (Organização das Nações Unidas) anunciou o envio de 10 milhões de dólares. (Informações fornecidas por agências de notícias privadas e estatais)