”Antes as pesquisas estavam direcionadas para o aumento da produtividade. Hoje o desafio é manter a produtividade com um cenário mais resistente ao calor”, afirmou Eduardo Delgado Assad, chefe-geral da Embrapa Informática Agropecuária. Segundo ele, sem o melhoramento genético, é provável que as culturas de café e laranja, por exemplo, migrem para a Região Sul e para a Argentina e o Paraguai. O mesmo deverá ocorrer com o plantio de trigo.
Ao contrário do milho, da soja, do arroz e do feijão que devem passar a ser cultivados na Região Centroeste. Já as frutas temperadas terão que ”subir montanhas” para plantio em regiões mais altas. ”As regiões mais fortemente afetadas serão o Sul do Maranhão, Piauí, Oeste da Bahia e o Rio Grande do Sul, são as regiões de clima mais instável”, disse Assad. As regiões mais beneficiadas por esse aumento da temperatura serão os países de clima mais temperado, como os Estados Unidos e a Europa. Nas duas regiões, será possível o plantio da safrinha.
Pesquisas – Inicialmente, os pesquisadores trabalhavam com uma estimativa de aumento de temperatura para daqui a cem anos. ”Nós estamos nos esforçando para fazer tudo errado e isso já provoca uma mudança no cenário. Temos que ressuscitar práticas como a extensão rural, o plantio direto para sequestro do carbono, e reduzir as erosões, entre outras práticas”, comentou o chefe-geral da Embrapa Informática. No entanto, ele disse que caso sejam desenvolvidas variedades com raízes maiores os problemas com a seca poderão ser minimizados. (F.M.)
Fonte: Folha de Londrina