Estudo, coordenado pelo Ipam, será mostrado hoje à Frente Parlamentar Ambientalista
De São Paulo
O custo total nos próximos dez anos para reduzir a quase zero as emissões de gases de efeito estufa na Amazônia brasileira seria de US$ 3,4 bilhões. O cálculo será apresentado hoje, durante o café da manhã da Frente Parlamentar Ambientalista, na Câmara dos Deputados, em Brasília.
O estudo foi coordenado pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), com a colaboração da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do instituto norte-americano The Woods Hole Research Center (WHRC). As idéias centrais do trabalho já haviam sido discutidas na Conferência de Bali sobre Mudança Climática, em dezembro do ano passado.
O relatório propõe investimentos na preservação da floresta, em benefícios aos povos tradicionais da Amazônia e na compensação aos fazendeiros que optarem por não desmatar. As ações garantiriam redução na emissão de gás carbônico de 5 bilhões de toneladas. O custo seria, portanto, de US$ 0,70 por tonelada de CO2.
Para o diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, órgão do Ministério do Meio Ambiente, Tasso Azevedo, o valor deve ser contestado: “Segundo os cálculos do ministério, o custo para diminuir gradativamente as emissões e zerá-las em um período de dez anos seria de aproximadamente 2 bilhões de dólares por ano” .
O coordenador de pesquisa do Ipam e um dos autores do estudo, Paulo Moutinho, aponta que quase todas as estimativas desconsideram o investimento que já foi feito pelo governo e pela sociedade na criação de unidades de conservação, na demarcação de terras indígenas e na formulação da legislação específica. “O objetivo do estudo é mostrar que a questão econômica não é o principal impedimento às ações para a redução das emissões. O mais importante é vontade política.” O trabalho propõe a criação de três fundos que seriam abastecidos pelo Programa de Redução de Emissões. (Da Agência Estado)