VIDA,SAÚDE E CIÊNCIA – 21/10/2009
Gigante da internet se une a agências espaciais para monitorar florestas
Agências espaciais e o Google estão colaborando com um projeto internacional de monitoramento via satélite das florestas a fim de combater o aquecimento global, afirmou José Achache, diretor do Grupo de Observação da Terra (GEO), que reúne governos, agências espaciais como a Nasa e outras instituições numa nova parceria para medir as florestas.
Os desmatamentos são responsáveis pela emissão de cerca de um quinto de todos os gases do efeito estufa oriundos da atividade humana – as plantas absorvem carbono enquanto crescem e o liberam quando são queimadas ou apodrecem.
– A única forma de medir as florestas com eficiência é do espaço – disse Achache, acrescentando que o sistema terá como objetivo fazer avaliações anuais dos estoques de carbono das florestas O Google, que fornece imagens de satélite por meio do site Google Earth, contribuiria em um projeto relacionado a este sistema, disse Achache.
Um pacto climático patrocinado pela Organização das Nações Unidas (ONU), reunindo 190 países e a ser selado em Copenhague em dezembro, poderá incluir o estabelecimento de um preço para o carbono estocado nas árvores como parte de um mercado novo.
A Nasa, dos EUA, a Agência Espacial Europeia (ESA) e as agências espaciais nacionais do Brasil, do Japão, da Alemanha, da Itália e da Índia estão entre as que participarão do mapeamento de florestas.
Sete países funcionariam como projetos piloto em 2009-2010 – Brasil, Austrália, Camarões, Guiana, Indonésia, México e Tanzânia – com base em imagens de satélite feitas nos últimos meses.
As imagens de satélite fornecidas pela americana Landsat remontam a 1972 – permitindo que o mundo trabalhe com as taxas de desmatamento comparando as imagens com fotos das florestas atuais. É possível que 1990 seja usado como ano-base, como faz o Protocolo de Kyoto para os cortes das emissões industriais.
Pelo projeto dos satélites, uma primeira fase deveria mostrar o quanto cada país tem de florestas.
Uma segunda fase seria verificar a quantidade de carbono armazenada em cada tipo de floresta.
Stephen Briggs, diretor da unidade de Ciência, Aplicações e Tecnologias Futuras na Observação da Terra, da ESA, disse que imagens de radar das florestas são capazes de medir o carbono acima do solo, pois as microondas são dispersadas ao passar pela vegetação.
– Precisamos de alguma forma de mecanismo válido e garantido – afirmou. A avaliação dos estoques de carbono a partir do espaço precisa ser ajustada com medições feitas no terreno.
Brasil será um dos países alvo do novo levantamento a ser feito com imagens de satélites