No início, Soren falou sobre o tripé da sustentabilidade, que é baseado nos pilares econômico, social e ambiental.
Com o tema “Sustentabilidade e certificações utilizadas em cafés”, foi ministrada palestra nesta quarta-feira-feira (16) pelo especialista Soren Knudsen durante o 62º Curso de Classificação e Degustação de Café da Associação Comercial de Santos (ACS).
No início, Soren falou sobre o tripé da sustentabilidade, que é baseado nos pilares econômico, social e ambiental.
“São três pilares muito conhecidos no mercado, sem um deles, a sustentabilidade cai. Se não tivermos o econômico, que é basicamente a capacidade de continuar trabalhando, não haverá habilidade para realizar benefícios ou otimizar o uso de seus recursos naturais, que é a base ambiental do tripé. Então, água, solo e ar acabam afetados por essa falta de eficiência. O social está diretamente ligado aos outros, porque se você não tem dinheiro, não tem como ter bem-estar social, ou seja, saúde, segurança e moradia. Sendo assim, sustentabilidade é dar continuidade a processos hoje e amanhã, sempre criando bem- estar, sem terminar com os recursos que existem, para que eles possam ser utilizados pelas futuras gerações”.
Outra parte de destaque da palestra ocorreu quando Knudsen falou sobre a importância da rastreabilidade e da certificação.
“A rastreabilidade é fundamental, é a habilidade de determinar se está sendo feito um bom negócio ou não. Ela olha para os processos e percebe onde podem ser feitas melhorias. É nessa rastreabilidade que os compradores buscam a certeza que você está produzindo de maneira legal, sem nenhum impacto para o tripé da sustentabilidade, para que eles possam se assegurar, na hora da venda, que esse café representa a marca deles. Então, a rastreabilidade e a certificação devem ser atingidas pelas torrefações, inclusive, internacionais”.
Segundo ele, algumas empresas estão adotando a prática de realizar, inclusive, visitas a campo, como se fosse uma consultoria interna.
“É como se as empresas olhassem a cadeia de fornecimento delas, para saber quais são os desafios que o produtor passa para fornecer o café. Para quem compra, é uma garantia maior de que as coisas que são ditas são feitas”.
Por fim, o palestrante ressaltou que a expectativa é que “de 2016 a 2020 os cafés certificados respondam a 35% a 45% do comercializado café mundial”.
História do curso
O tradicional Curso de Classificação e Degustação de Café da Associação Comercial de Santos teve início em 1989, com o objetivo de capacitar os alunos a identificar as características do produto, atender às exigências do mercado e criar oportunidades de negócios.
Além de despertar o interesse de profissionais do mercado cafeeiro do Brasil, o curso da ACS é reconhecido também pelos principais países consumidores. No mês de julho de cada ano, japoneses que atuam em empresas relacionadas à indústria do café vêm a Santos especialmente para o curso da Associação Comercial.
São duas horas diárias durante quatro semanas de aprendizagem teórica e prática sobre a história do café, produção, armazenagem, aspectos econômicos nacionais e internacionais, legislação, tecnologia, fiscalização, identificação de grãos, prova de bebida e desenvolvimento de blends (misturas) de cafés.
Para participar do curso é necessário ter 18 anos de idade, cópia do diploma ou certificado de conclusão do Ensino Médio ou equivalente, atestado de sanidade bucal emitido por profissional habilitado e cópia da carteira de identidade (RG) ou passaporte.
Ao final, os alunos com frequência mínima de 80% e com bom desempenho nas aulas recebem certificado e carteira de classificador.
O curso de café da ACS é supervisionado pelo presidente da Associação Comercial de Santos, Roberto Clemente Santini, e pela coordenadora da Câmara Setorial de Exportadores de Café da ACS, Evelyse Lopes
Mais informações podem ser obtidas na Associação Comercial de Santos, pelo telefone (13) 3212-8200, ramal 220, e-mail: acs@acs.org.br
Programação
Dia 17
– Beneficiamento de café em coco, para verificação de renda do mesmo;
– Sala de prova;
– Cup test.
Dia 18
– Como proceder ao rebenefício das ligas dos alunos;
– Como fazer a liga de um MTGB, após o rebenefício;
– Sala de Prova;
– Cup test.
Dia 21
– Visita à Dínamo Armazéns Gerais, para verificação de equipamentos, padronização de cafés, embarques, ventilação, pilhas, rebenefício, catação eletrônica e estufagens em contêineres.
Dia 22
– Palestra sobre: Oscilações do Mercado de Café (Bolsas: New York / Londres), com Alexandre Ferraz da Stockler Comercial Exportadora Ltda;
– Vídeo.
Dia 23
– Classificação de Café para verificação de quebra para o CI;
– Sala de Prova;
– Cup test.
Dia 24
– Classificação por defeitos;
– Sala de Prova;
– Cup test.
Dia 25
– 3º levantamento (setembro 2016) de cafés Conab;
– Sala de prova;
– Cup test.
Dia 28
– Países produtores de café;
– Café solúvel;
– Café descafeinado;
– Sala de prova;
– Cup test.
Dia 29
– Classificação por defeitos;
– Sala de prova;
– Cup test.
Dia 30
– Passeio de Lancha “PORT TOUR” no cais de Santos.