Publicação: 28/03/07
O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, pediu ontem a redução na taxa de juros para os financiamentos agrícolas, hoje em 8,75% ao ano para a maioria das operações de crédito do setor. Na primeira entrevista após a cerimônia de transferência de cargo entre ele e o ex-ministro Luís Carlos Guedes Pinto, em Brasília, Stephanes lembrou que as taxas são as mesmas desde que a Selic “era de mais de 20%” e desde quando a inflação estava entre 6% e 7%. “Como houve uma redução de tudo isso (Selic e inflação), acho que agora é importante pensar nisso”, disse, referindo-se à redução das taxas de juros para a agricultura. Mas não se comprometeu com um índice. “É um objetivo, pois o porcentual precisa ser harmonizado com o Banco Central e com a área econômica do governo.
As declarações do ministro apontam para uma trégua com a bancada ruralista, que preferia o deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR) para o cargo. Há duas semanas, os deputados ruralistas foram ao Banco Central e ao Ministério da Fazenda com a mesma pauta defendida ontem por Stephanes.
Ao contrário da posse, na sexta-feira, vários representantes da bancada do agronegócio estiveram na transmissão do cargo ontem. Stephanes disse que com “muita facilidade” vai se entender com os ruralistas e com a Comissão de Agricultura. O deputado Waldemir Moka (PMDB-MS), que chegou a ser uma opção para o cargo, considerou “superada” a rejeição da bancada ruralista ao novo ministro. “Os deputados vão trabalhar com Stephanes e com muita boa vontade”, afirmou.
O novo ministro confirmou mudanças no segundo escalão, mas disse que serão pequenas. “Nós somos um mesmo governo e sucedemos ministros com boas administrações e que adotaram medidas de estruturação”, afirmou Stephanes, numa referência a seus antecessores Roberto Rodrigues e Guedes. Para Rodrigues, presente ao evento, Stephanes “fará, sem dúvida, um grande trabalho”. Já Guedes, durante discurso, preferiu elogiar Rodrigues e os servidores do ministério.
Ao comentar sobre a questão dos transgênicos, o novo ministro fugiu da polêmica e reafirmou a posição neutra sobre o assunto. “A participação do ministro da Agricultura é de cumprir a lei, o que está determinado na política de governo e o que é definido pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança)”, disse.