A Starbucks está planejando dobrar as compras de café da África nos próximos dois anos e aumentar o crédito aos produtores na região para melhorar a qualidade dos grãos, informou um oficial da companhia na terça-feira à agência Reuters.
A rede de cafés gigante dos Estados Unidos comprou cerca de 300 milhões de libras (cerca de 2,27 milhão de sacas de 60 quilos) de café no ano passado, 6% deste volume da África, disse o vice-presidente sênior de Aquisição Global e de café, Dub Hay.
“Estamos muito satisfeitos com a qualidade do café vindo desta região”, disse ele durante uma visita ao Quênia. “Se você olhar Ruanda, por exemplo, não tinha cafés especiais há alguns anos. Agora, eles estão produzindo alguns cafés muito bons e o mesmo pode ser dito de Burundi, Quênia, e de toda a região”.
A Starbucks compra café de Quênia, Etiópia, Tanzânia, Zâmbia, República Democrática do Congo, Ruanda, Burundi e Uganda. A empresa não compra café do Oeste da África.
A companhia com sede em Seattle pretende estabelecer um centro de apoio em 2007, em um local ainda não anunciado, para aconselhar os produtores sobre como cultivar um café de alta qualidade. Ele disse que a firma também fornecerá empréstimos adicionais.
“Estamos anunciando outros milhões de dólares dedicados exclusivamente ao leste da África”, disse ele, dizendo que a companhia já fez micro-empréstimos no valor de US$ 9,5 milhões para os produtores através de organizações não governamentais.
Disputa comercial
Ele disse que uma disputa de marcas com Etiópia é uma questão de “diferença de opinião”. A Organização Não Governamental britânica Oxfam acusou a Starbucks de estar bloqueando a proposta para registrar as marcas de seus cafés Sidamo e Harar nos EUA, negando, desta forma, aos produtores um rendimento potencial de US$ 90 milhões de seus grãos de excelente qualidade.
“Nós não achamos que isso (o registro das marcas) é o melhor caminho… é uma escolha que nós realmente não podemos aceitar e estamos dispostos a avançar além disso. A medida que estamos sugerindo é a certificação”.
A certificação garante que o café veio da região e que existe um compromisso de certa qualidade nele, disse ele.
Hay disse que oficiais da companhia vão se reunir com representantes do Governo etíope para avançar nesta questão durante a Conferência e Exibição da Associação de cafés Finos do Leste da África em Adis Abeba, na semana que vem.