Starbucks compra menos café da Guatemala

09/12/2009 –
A Starbucks, uma das maiores compradoras de grãos de café de qualidade reduz compras da Guatemala

 A associação de cafeicultores da Guatemala disse na sexta-feira (04) que a Starbucks, uma das maiores compradoras de seus grãos de café de qualidade, desacelerou a assinatura de contratos com os produtores para essa safra. “O resto dos compradores estão comprando a uma taxa normal, mas a Starbucks está lenta. De acordo com nossas informações de exportadores de café, eles não estão comprando”, disse o presidente da Associação Nacional de Café da Guatemala (Anacafé), Ricardo Villanueva.

A Starbucks não publica as porcentagens de café que compra em cada país, mas disse que sua estratégia sempre tem sido a de pagar o melhor preço para os melhores cafés de fazendas que seguem padrões sociais e ambientais. Nessa safra, a Starbucks disse que fez compras na Guatemala, Costa Rica, México, Colômbia e outras regiões produtoras de café da América Latina e todas as compras foram baseadas na demanda, qualidade e estoque existente.

Villanueva especulou que a companhia possa estar se afastando dos grãos guatemaltecos de alto preço em favor de produtos mais baratos. Ele disse que a Guatemala normalmente vende cerca de um quarto de sua colheita à gigante norte-americana. O café do país está com preços altos, à medida que a escassez na oferta da Colômbia tem levado a um aumento dos preços dos substitutos.

A Guatemala deverá produzir 4,1 milhões de sacas de 60 kg em 2009/10, com exportações de 3,68 milhões de sacas. “No ano passado, compramos cerca de 75% de nosso café na América Latina. Eu não esperaria que isso mudasse radicalmente”, disse a porta-voz da Starbucks, Lara Wyss. “O que pode variar de um ano para outro é a quantidade de café por país que estamos comprando porque estamos buscando obviamente o café de maior qualidade”.

Alguns produtores na conferência sobre café realizada no mês passado na Costa Rica concordaram com as preocupações da Guatemala de que a Starbucks está lenta na produção por café dessa colheita, que começou em outubro. O gerente financeiro da cooperativa de café da Costa Rica Coopetarrazu, Carlos Vargas, disse que a Starbucks está negociando bastante com os produtores esse ano, talvez porque os altos estoques deram espaço para manobras.

“Estamos preocupados porque existem organizações, cooperativas e produtores independentes que têm altos níveis de vendas para a Starbucks”, disse Vargas. “Se sua política mudar em termos de quanto volume estão comprando e quanto ao preço, teremos que tentar encontrar novos compradores”. A cooperativa normalmente vende um grande volume à Starbucks.

O vice-presidente sênior da Starbucks, Dub Hay, disse na conferência em Playa Conchal, Costa Rica, no mês passado, que a companhia ainda está fazendo negócios como antes, mas que tinha maiores estoques devido à menor demanda do ano passado.