22/10/2013
Pequim, 22/10/2013 – A Televisão Central da China (CCTV), rede de TV controlada pelo governo chinês, criticou a Starbucks pelos preços cobrados dos consumidores na China. Em uma transmissão de 20 minutos chamada “Starbucks: Cara na China”, a CCTV apontou que a Starbucks cobra até 50% a mais em alguns de seus produtos vendidos na China do que nos Estados Unidos, no Reino Unido e na Índia.
A reportagem argumentava que a margem de lucro da Starbucks na China era excessiva, dizendo que a margem no país e na região do Pacífico chega a 32%, ante 21,1% nos EUA e 1,9% na região de Europa, Oriente Médio e África.
Em comunicado, a Starbucks disse que a empresa “entende as preocupações levantadas recentemente pela mídia chinesa”. Conforme a companhia, os números citados pela mídia estatal não eram representativos de suas operações na China, porque também incluem os resultados financeiros de outros países da Ásia-Pacífico. A Starbucks não divide suas informações financeiras por país.
A nota destacou ainda que os preços da Starbucks variam de acordo com o mercado e dependem dos custos variáveis, tais como despesas com infraestrutura, mão-de-obra, matérias-primas e imóveis.
Além de citar a imprensa local e especialistas chineses, a CCTV recordou uma matéria do Wall Street Journal de setembro sobre os preços na China, que abordou o valor do café Starbucks.
Uma porta-voz da companhia afirmou ao WSJ que as preferências dos consumidores chineses por lojas maiores, com mais assentos, resulta em custos imobiliários superiores, que são embutidos nos preços. “Para muitos clientes na China, nossas lojas são um destino social onde eles querem se sentar e desfrutar das suas bebidas e alimentos favoritos com seus amigos e familiares”, apontou.
A formação de preços tem sido historicamente um tema sensível na China, onde um rápido crescimento na última década levou a picos de inflação que, por vezes, provocaram protestos e instabilidade social. Nos últimos meses, reguladores chineses têm tentado reprimir empresas que, na visão deles, podem estar influenciando injustamente os preços em indústrias como a de laticínios, de produtos farmacêuticos e automotiva. Fonte: Dow Jones Newswires.
Fonte: Agência Estado