(27/02/2009 14:40)
A comissão organizadora do Manifesto em Defesa da Cafeicultura, que vai acontecer no dia 16 de março em Varginha, esteve reunida no dia 17-02 no auditório da Cocatrel em Três Pontas para acertar os últimos detalhes do movimento que pretende reunir produtores, trabalhadores, presidentes de sindicatos, associações comerciais e entidades que direta ou indiretamente dependem da renda e dos empregos gerados pelo setor. Será um movimento com intuito de mobilizar a opinião pública para o problema da falta de renda na cafeicultura que pode gerar um sério problema de desemprego nas regiões produtoras, pois sem renda nenhuma atividade pode sobreviver a longo prazo.
Os produtores não estão conseguindo mais absorver os prejuízos, pois além do baixo preço do produto nos últimos anos, houve uma grande elevação nos custos de produção. De acordo com estudo realizado pelo Conselho Nacional do Café, os principais itens do custo de produção de uma saca de café subiram mais de 500% nos últimos anos, enquanto que o valor da saca teve acréscimo de apenas 22% (veja tabela abaixo). Para se ter uma idéia, com um índice de produtividade de 30 sacas/ha (considerado alto pela média nacional), o cafeicultor gasta mais R$300,00 para produzir uma saca e o preço do produto no mercado está sendo cotado em R$250,00 a saca.
Diante do problema da perda de renda pelos produtores a cultura que mais gera empregos no país está ameaçada e isso pode gerar um caos social sem precedentes, pois não existe negócio que sobreviva sem renda por muito tempo. Por isso, todo os setores estão envolvidos no movimento. Na reunião, estavam presentes Presidentes de Sindicatos de trabalhadores e de produtores de várias cidades da região, presidentes de associações comerciais, secretários de agricultura, presidentes e representantes de cooperativas. O Presidente Regional do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Sul de Minas, Paulo Sebastião, declarou que está realmente preocupado com o desemprego que esta situação já está gerando e que certamente vai aumentar se nada for feito. “As pessoas já estão saindo do campo e vindo procurar emprego na cidade. Não podemos deixar que isso aconteça em massa. Temos que nos unir, para defendermos nossa classe que é tão mal vista pela sociedade, para defendermos nossos empregos. Foi o tempo em que nossos patrões ganhavam pra andar de carro novo todo ano. Hoje aquele que está comprando alguma coisa, só pode ser em cima de dívidas e não de renda”, enfatizou Sebastião. “Vamos fazer com que este movimento alcance os objetivos e possa reverter essa Crise”.
O cafeicultor e membro da comissão organizadora Eric Miranda Abreu disse que o movimento é em prol da cafeicultura brasileira e o evento pretende mobilizar e conscientizar toda a sociedade que depende diretamente ou indiretamente do negócio cafépara os futuros problemas que poderão ser gerados se a situação não for revertida, por isso esperamos que todos abracem esta causa e estejam conosco no dia 16 de março”, salienta.
Só a título de informação, a Cafeicultura atinge 1.800 municípios no país. No Sul e Sudoeste de Minas é responsável por mais da metade da arrecadação da maioria dos municípios. São 2,2 milhões de há plantados. Gera 2,2 milhões de empregos diretos e mais 8,0 milhões indiretos. 80% das 368.977 propriedades tem menos de 10 ha (dados do IBGE).
Beatriz Vilela Pacheco – (35) 8423-7777
Comissão de Marketing – Movimento SOS Café