Situação climática tranqüila no cinturão do café

17 de outubro de 2006 | Sem comentários Mercado Previsão do Tempo
Por: Abic












Situação climática tranqüila no cinturão do café
17/10 14:46 – Café Point
Renato Fernandes

Coordenador do CaféPoint, Engenheiro Agrônomo e MBA em Gestão do Agronegócio.



De acordo com o sistema de monitoramento climático Agritempo, da Embrapa e do Cepagri/Unicamp, as últimas chuvas foram suficientes para gerar bons níveis de armazenamento de água no solo, nas principais regiões produtoras de café, especialmente no cinturão produtor do Sul de Minas e norte de São Paulo.


Minas Gerais


Em Minas Gerais, o mapa de monitoramento da água disponível no solo aponta níveis acima de 80% da capacidade de campo para praticamente todas as regiões cafeeiras.






As exceções ficam por conta das regiões de Lavras e Carmo de Minas (realçadas em amarelo no mapa acima), onde, todavia, o valor é próximo de 80%. Tanto que, no mapa de previsão de necessidade de irrigação (não é apontado para que cultura – veja mapa, a seguir), não há indicação para estas localidades.





São Paulo


Para a maior parte do Estado de São Paulo, a disponibilidade de água no solo situa-se na faixa acima dos 80%, como se vê na Alta Mogiana e na região de Adamantina. Já na região de Garça e Adamantina (ressaltada em amarelo no mapa), a disponibilidade é menor, em torno de 60%.





Para essa região, onde há menor disponibilidade de água no solo, o Agritempo prevê necessidade de irrigação, nas próximas 48 horas.





Espírito Santo


A cafeicultura capixaba, responsável pela segunda maior produção nacional, não está em situação tão confortável, quanto as de Minas e São Paulo. O mapa de disponibilidade de água no solo aponta disponibilidade de água entre 30 e 50% na região produtora de conilon de Nova Venécia e São Gabriel da Palha (realçada em marrom no mapa), situação que é um pouco melhor nos municípios mais litorâneos, como Linhares, Jaguaré e São Mateus.


Nas áreas de produção de arábica, mais ao sul do estado, como Venda Nova (realce em lilás), o quadro é semelhante ao destes três últimos municípios, com o armazenamento de cerca de 60% da capacidade de campo. Nas áreas mais a sudoeste do estado, como Muniz Freire, a situação é melhor, com a água disponível na faixa de 80% da capacidade de campo.





Outros estados


Nos estados da Bahia, Paraná e Rondônia, que, juntos com os três já citados, da região sudeste, são responsáveis pela produção de 97% do café do Brasil, a situação varia um pouco.


Na Bahia, as regiões do Planalto da Conquista e da Chapada Diamantina, apresentam água disponível no solo, abaixo de 40% da capacidade de campo, valor semelhante ao da região de Barreiras (onde, no entanto, a maior parte dos cultivos é irrigada). Valores acima de 60%, são encontrados apenas em parte das regiões cafeeiras do Extremo Sul e do Sul do Estado, produtoras de conilon.


Para o Paraná, o Agritempo apresenta nível de disponibilidade de água no solo na casa de 60% para a região de Londrina e prevê necessidade de irrigação para praticamente todo o estado nas próximas 48 horas.


Em Rondônia, a situação é mais tranqüila, com armazenamento de próximo dos 80% da capacidade de campo na maior parte do estado, porém há uma região dos municípios produtores de Alta Floresta do Oeste e Alto Alegre dos Parecis que apresenta armazenamento de menos 40% da capacidade de campo.


Conclusão


Obviamente os dados apresentados não indicam que as floradas da próxima safra estão garantidas, mesmo porque, há que se verificar os possíveis danos causados pelas altas temperaturas apresentadas, especialmente em agosto.


No entanto, é possível concluir que o quadro de grave déficit hídrico que predominava nas regiões produtoras de café, especialmente no Sul de Minas, se encontra, pelo menos temporariamente, superado.

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