Claudio R. S. Pucci
Sites especializados vendem cafés orgânicos e requintados
Dizem as más línguas que, apesar de sermos o país do café, a nossa melhor produção é exportada (em 2008 foram 29,5 milhões de sacas com um faturamento de 4,7 bilhões de dólares), restando aqui um pó de segunda linha. Verdade ou não, nós brasileiros somos fanáticos pela bebida negra de origem etíope que chegou em terras tupiniquins lá pelos idos de 1727, clandestinamente, diga-se de passagem.
Um bom café, aliás, é preparado com água pura, filtrada e esquentada ao ponto de “chiar” e não fervida como a maioria faz. Aqui no Brasil os tipos de café mais conhecidos são o Arábica, de melhor qualidade e mais requintado, e o Robusta, que não possui tantos sabores variados mas seu teor de cafeína é bem mais alto.
Só que quem quer um café especial mesmo, tem que conhecer o OCC.com (Organic Coffee Cartel), site desenvolvido por um fotógrafo americano, Clay Enos, que após uma viagem à região cafeeira mexicana, resolveu criar uma entidade comprometida a oferecer café de altíssima qualidade, 100% orgânico e plantado e colhido com pelo menos 85% menos energia e impacto ambiental que as produções normais. Além disso, por ser uma ONG, todo o lucro da operação é destinado aos pequenos produtores.
As marcas comercializadas, que mudam de acordo com a estação, são um show à parte. Da Etiópia temos o Highly Salacious (“Altamente Indecente”), do México o Farmer´s Daughter (“Filha do Fazendeiro”), do Equador o Chateau Lojano e sua embalagem lembrando um rótulo de vinho, do Peru o Esposa Loca, da Nicarágua o Revolución e um dos destaques, 5 estrelas na opinião dos consumidores, é o brasileiríssimo Serpentes Allegres, produzido pela Fazenda Nossa Senhora de Fátima, em Perdizes, Minas Gerais. O nome incomum se dá por causa dos constantes ataques de serpentes que aconteciam na região. Hoje, o fato é raro mas inspirou o fazendeiro Ricardo de Aguiar Rezende a batizar seu café.
Uma das estrelas do site é o Nite Owl Dark Roast Coffee, o café oficial do filme Watchmen. Isso por que em um determinado momento da obra nos quadrinhos, pessoas são resgatadas de um prédio em chama e já em local seguro o herói, Nite Owl, oferece a bebida para tranqüilizá-los. Desenvolvido pela imaginária Veidt Enterprises (Adrian Veidt é outro personagem do filme), o café tem produção limitada de 10 mil unidades e é vendido a US$19,85 a lata. Infelizmente apenas nos EUA, já que está atrelado a um concurso.